Adriana Bernardes, Paula Braga
postado em 06/12/2015 08:05
Há pelo menos dois anos, o escriturário Cláudio Roberto Araújo, 55 anos, não sabe o que é andar de ônibus. Morador do Guará, ele utiliza o carro diariamente para chegar ao trabalho, no Setor Comercial Sul. Nem mesmo a facilidade de ter uma parada perto de casa e do escritório o convence a deixar o veículo em casa. ;A última vez que utilizei o transporte público foi porque o carro estava na revisão. Até daria para ir de ônibus. Nunca tentei por conta da comodidade do carro;, admite. Cláudio não está sozinho: a maioria dos donos de automóveis não abre mão da comodidade. E quem depende do coletivo não titubeia: se pudesse, migraria para o transporte individual.
A preferência do brasiliense em relação ao automóvel é comprovada pela primeira vez na capital pela Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios (Pdad). O levantamento, realizado em 11 regiões administrativas do Distrito Federal, revela que, mesmo quando trabalha próximo de casa, a maioria das pessoas prefere ir para o trabalho de carro. Das regiões administrativas pesquisadas até agora, Sobradinho e Guará lideram em número de veículos e também encabeçam a lista da preferência pelo automóvel para se deslocar. Brazlândia, por sua vez, é onde as pessoas mais andam a pé. Já o Recanto das Emas lidera o ranking dos deslocamentos de ônibus.
A empregada doméstica Maria do Rosário Oliveira, 60, não tem alternativa. A moradora do Recanto das Emas trabalha no Lago Norte, não tem veículo próprio e nem conhece alguém que faça o mesmo trajeto e que possa oferecer uma carona. ;Gasto de uma hora e meia a duas horas para ir ao trabalho e voltar para casa, todos os dias. De carro, eu não levaria nem uma hora;, avalia.
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