Cidades

Chuva no DF: mestrandos da UnB temem que queda de energia afete pesquisas

postado em 09/12/2015 06:05

O câmpus de Ceilândia tem dois geradores, que valem cerca de R$ 4 milhões, e que deverão ser instalados no segundo semestre de 2016, segundo o vice-prefeito da instituição

Alunos de pós-graduação da Universidade de Brasília em Ceilândia (FCE) cobram da instituição a instalação de geradores, sob o risco de pesquisas importantes serem perdidas em razão das quedas de energia que ocorrem na região. A entidade tem dois desses aparelhos há cinco anos, que jamais foram instalados. Pelo menos 25 estudantes de mestrado temem que, com a chegada do período chuvoso, a instabilidade no serviço de distribuição de energia possa inviabilizar seus trabalhos.


A veterinária Karolynne Morais, 27 anos, já foi prejudicada. Amostras biológicas do seu estudo sobre o composto MST312, que pode resultar em um novo protocolo de identificação de células com câncer, ajudando no diagnóstico, foram perdidas em outubro, quando o câmpus ficou às escuras por 12 horas. O caso afetou seu trabalho. ;Há células que precisam ser mantidas congeladas a -80;C e que não podem ser colocadas à temperatura ambiente;, explica.

A pesquisadora ainda afirma que há exemplares mantidos em estufa, vivos. Caso não haja fornecimento de energia elétrica, a resposta ao estudo é alterada. ;O composto vai ser testado agora e precisamos de, pelo menos, três meses de análise. Se não há distribuição, pode haver mudança na estrutura da célula e isso elimina a possibilidade de uma resposta concreta, já que elas são instáveis.;

O prejuízo intelectual não é único. De acordo com Diego Madureira, orientador da pesquisa e professor de bioquímica da FCE, o valor das máquinas que estão no câmpus hoje pode chegar a R$ 4 milhões. ;O desligamento descalibra os equipamentos, o que já causa problemas. Mas, se os episódios se tornarem mais constantes, eles podem até mesmo queimar.; Além desse risco, Diego frisa que o gasto com materiais quadruplicou, já que está sendo necessário congelar, mensalmente, alíquotas do experimento, para garantir que não haja uma perda maior no caso de outra queda de energia. ;Já cobramos mais de uma vez e sempre nos dão explicações diferentes;, diz.

O vice-diretor da FCE, Araken Werneck, garante que a Prefeitura do Campus (PRC), órgão responsável pelos serviços de infraestrutura na UnB, foi alertada há mais de um ano sobre a necessidade de um gerador no câmpus da Ceilândia. ;Nós enviamos toda a documentação pertinente em outubro de 2014, mas só eles podem dar início ao processo, que está parado.; Ele afirma que um engenheiro elétricista esteve no local, mas que não deu qualquer perspectiva sobre quando o trabalho começa.

Subestações

Segundo a PRC, os geradores devem ser instalados no início do segundo semestre de 2016. De acordo com o prefeito Marco Aurélio Gonçalves de Oliveira, o projeto que deu origem à FCE não previa a instalação de geradores nos laboratórios. ;Mas a prefeitura assumiu esse compromisso. Fizemos a visita ao local para direcionar quais aparelhos podem ser atendidos pelos geradores. A lista de materiais já foi feita e estamos esperando o fechamento do orçamento de 2016 para começar o pregão.; Oliveira afirma que, a não ser que haja um corte inesperado de gastos, a obra será concluída no ano que vem.

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