;Com certeza, se as lombadas ainda estivessem lá, o ônibus não teria passado na velocidade que passou, e a milha filha estaria viva, pois estava praticamente na calçada;, emociona-se a mãe de Fernanda Gabriely Ribeiro Borges da Silva, a autônoma Jaqueline Borges, 33 anos. A vítima, que faria 16 anos na próxima segunda-feira, morreu atropelada, em 2013, na via mais perigosa do DF nos últimos 10 anos: a Avenida Alagado.
Em 2015, a principal pista de Santa Maria continua entre as vias urbanas que mais registraram acidentes com morte no DF, com três casos, segundo o Departamento de Trânsito (Detran). A julgar pelos números contabilizados entre janeiro e outubro deste ano, a Via S1, no Eixo Monumental, é a mais violenta do ranking, com cinco ocorrências fatais ; a Avenida Hélio Prates, em Ceilândia, teve o mesmo total. Imprudência e falta de sinalização e de fiscalização são os principais motivos para as colisões, na opinião de especialistas. ;Os acidentes de trânsito resultam de uma série de combinações;, explica o diretor de Policiamento e Fiscalização de Trânsito do Detran, Silvain Fonseca.
Fernanda Gabriely morreu em um caso de imprudência. Foi atropelada por um ônibus no momento em que atravessava uma faixa de pedestres da Avenida Alagado, na altura da QR 203. À época, em setembro de 2013, testemunhas disseram que o motorista do coletivo dirigia em alta velocidade. Duas amigas da vítima também foram atingidas, mas sobreviveram. As três voltavam da escola, localizada há poucos metros de onde moravam. A região concentra grande movimento de pedestres, a maioria crianças e adolescentes que frequentam quatro colégios da região.
Segundo familiares, o atropelamento ocorreu poucos dias após o Detran ter removido um quebra-molas. Dois anos após a morte da filha, Jaqueline Borges ainda luta para que a autarquia recoloque redutores de velocidade e construa uma passarela no local a fim de evitar novas tragédias. Ambos foram solicitados por meio de abaixo-assinado ao GDF. ;Os condutores aqui não respeitam a faixa de pedestre. A gente é obrigado a atravessar no meio do trânsito, correndo risco de ser atropelado;, queixa-se o autônomo Deyvison Rocha, 27 anos, que, todos os dias, cruza a Avenida Alagado para levar o filho Igor, 7, à escola.
O diretor-geral do Detran, Jayme Amorim, disse que os quebra-molas da via de Santa Maria foram retirados há pelo menos dois anos para o recapeamento da pista e a recolocação foi autorizada pelo órgão de trânsito. A Administração de Santa Maria informou aguarda a liberação de massa asfáltica produzida pela Novacap para iniciar a construção de lombadas na Alagado.
A grande movimentação e a quantidade de estabelecimentos comerciais, além da extensão da via, são alguns dos motivos para que ocorram acidentes no local, de acordo com Silvain Fonseca. ;A fiscalização é intensa na avenida, mas, lá, costumamos pegar um número grande de pessoas sem carteira de habilitação;, contou. A principal via de Santa Maria aparece entre as mais perigosas da capital na última década.
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