postado em 14/12/2015 06:01
Distante da proposta inicial de melhorar a vida de quem depende do transporte coletivo, o Expresso DF (BRT) desagrada tanto na prestação do serviço, quanto na infraestrutura. Enquanto alguns problemas são perceptíveis a olho nu, como mostrou o Correio ontem, outros são invisíveis ao usuário, mas têm consequências no cotidiano da população. Tratam-se de falhas na concepção e na execução do projeto, questionadas por especialistas. Dois relatórios do Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) demonstram isso. O mais recente deles, analisa, entre outros pontos, se as especificações do contrato foram cumpridas.
[SAIBAMAIS]O BRT, fruto de uma parceria entre os governos federal e distrital, custou mais de R$ 761 milhões aos cofres públicos. A análise do tribunal sugere mais de R$ 15 milhões de gastos indevidos. O estudo anterior, de 2009, tem como objeto a licitação, e é ainda mais alarmante. Nesse, a suspeita é de que o prejuízo ultrapasse a casa dos R$ 105 milhões, mas nenhum dos dois estudos foi concluído.
Pontos críticos
Amparada nas reclamações dos usuários e nos questionamentos técnicos, a reportagem do Correio levou uma engenheira civil até o local das obras. Desta vez, para analisar a infraestrutura e a fluidez do trânsito. Entre os pontos críticos levantados pela professora do Centro Universitário de Brasília (UniCeub), Sandra Patrícia Fernandez, está a falta de sinalização horizontal e vertical nos viadutos ; único acesso de retorno aos motoristas. Além disso, a necessidade de mais equipamentos de proteção nessas elevações, como barreiras de contenção.
Na avaliação da especialista, é preciso fazer as demarcações corretas no pavimento, além de afixar placas que indiquem a velocidade do trecho ou instalar redutores de velocidade. No alto de um dos viadutos de retorno, há uma espécie de acesso para a contramão, que mais parece ter sido construído como um ;puxadinho;. E, para piorar, a falta de pintura adequada no local dificulta a leitura por parte do motorista. ;O usuário fica confuso: são duas faixas ou apenas uma? Pode passar reto ou não?;, questiona Sandra. No trecho a que ela se refere, o meio-fio está danificado e resta o para-choque de um veículo que se envolveu em um acidente.
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