Lorena Pacheco
postado em 18/12/2015 13:03
Com a conclusão do projeto de ampliação do Aeroporto Internacional de Brasília, em até sete anos, segundo a previsão da Inframerica, o fluxo de pessoas na região vai aumentar, consequentemente. Porém, se o sistema de transporte público também não mudar, o acesso ao local poderá ser prejudicado, na avaliação do especialista em trânsito da Universidade de Brasília (UnB) David Duarte. Nesta sexta-feira (18/12), a concessionária que administra o terminal detalhou o projeto de ampliação do Aeroporto JK, que contará com seis empreendimentos e abrigará parque aquático, aquário, cinema, outlet, centro de convenções, hospital, universidade, entre outros.
Segundo o professor, hoje a grande maioria das pessoas vai para o aeroporto de carro particular ou por táxi. Não há trem, nem metrô e a oferta de ônibus é pequena. ;É preciso que haja um estudo profundo, com relação à oferta e demanda do serviço, para que depois seja definido qual o tipo de transporte ideal. Nos países desenvolvidos, o metrô e o transporte sobre trilhos em geral fazem o trajeto para os aeroportos, de forma regular. Em Bruxelas, por exemplo, com um terço da população de Brasília, tem tudo - trem, ônibus e metrô ; e aqui não temos;, critica.
Atualmente, o único transporte público que chega ao aeroporto é o ônibus. De acordo com o Transporte Urbano do DF (DFTrans), as linhas que levam passageiros da Rodoviária do Plano Piloto ao Aeroporto JK são a 102 e 102.1. Os coletivos da primeira linha percorrem o trajeto de 44km, das 6h10 às 4h, com intervalos de saída que variam em média de 40 a 45 minutos. O maior fluxo da linha é registrado no sábado, com mais de 40 viagens saindo dos terminais. A passagem custa R$ 3 e o transporte é feito pela Viação Pioneira.
[SAIBAMAIS]Quanto à linha 102.1, que parte da Rodoviária do Plano e passa pela W3 Sul, a quantidade de viagens é menor (apenas 16 durante a semana e três no domingo, por exemplo) e o tempo de espera pode passar de uma hora nas paradas.
Linhas de ônibus
De acordo com Inframerica, o ônibus vai cheio, mas consegue atender à demanda de passageiros, por isso o aeroporto nunca recebeu reclamações sobre a qualidade ou quantidade de veículos públicos por lá. Não há, portanto, no projeto de ampliação, uma estratégia própria para melhorar o transporte, o que existe é atual parceria com o GDF.
A oferta de ônibus que saem das cidades-satélites para o aeroporto é bem menor em relação ao Plano Piloto. No Gama, por exemplo, existe a linha 201.5, que atende apenas o setor oeste da cidade e faz quatro viagens diárias, de segunda à sexta. Em Santa Maria, por sua vez, só há três viagens. A passagem também é mais cara: R$ 4. Outras cidades que têm o transporte para o local, mas com quantidades mínimas, são Recanto das Emas, Ceilândia (P Sul), Samambaia, Guará, Taguatinga (M Norte), Paranoá e Itapoã.
O Núcleo Bandeirante é uma exceção. A cidade concentra oferta de coletivos para o Aeroporto tanto quanto Brasília, por isso é usada diariamente como destino intermediário por vários passageiros do Distrito Federal, como uma solução para chegar lá, apesar de a viagem sair mais cara. Porém, cidades mais distantes do Lago Sul, onde fica localizado o aeroporto, como Sobradinho, Planaltina e São Sebastião não possuam nenhum ônibus para o local.
Há ainda uma linha de ônibus executivo, destinada a turistas, que vai para o aeroporto. A linha 113 é administrada pela Transportes Coletivos de Brasília (TCB) e a passagem custa R$ 10. O coletivo sai do aeroporto, passa pelo Eixo L, Esplanada dos Ministérios, Setor Hoteleiro Norte, Centro de Convenções Ulysses Guimarães, Setor Hoteleiro Sul, Eixo W e retorna ao aeroporto.
De acordo com a Secretaria de Mobilidade do Distrito Federal, cerca de 25 linhas de ônibus passam pelo aeroporto atualmente, com a nova ampliação, estudos serão feitos para adequar a oferta de passageiros à demanda.