postado em 23/12/2015 06:10
A cada peça finalizada, um sorriso sai dos rostos de quem está em meio às máquinas de costura. As mãos que as fazem são calejadas pelo tempo, mas suficientemente delicadas para dar alegria ao próximo. Cinco senhoras aposentadas se dedicam a cumprir a tarefa de vestir aqueles que não teriam condições. Elas são responsáveis por fornecer enxovais para mães carentes do Distrito Federal e do Entorno. Tudo feito com muito amor e carinho. O trabalho desenvolvido pelo grupo é o terceiro a ser mostrado na série #PrazerEmAjudar. Para essas voluntárias, além do bem às futuras mamães, o trabalho proporciona paz de espírito.
Essa dedicação não vem de hoje. Há 33 anos, as senhoras costuram os enxovais. Anteriormente, os encontros ocorriam apenas aos sábados. À medida que as integrantes foram se aposentado nas respectivas funções, as segundas também passaram a ser reservadas à costura. O projeto já nasceu com a ideia de confeccionar as peças para recém-nascidos. Quem coordena esse grupo é a bancária aposentada Sônia Mundim Cardoso, 70 anos. ;Começamos com uma máquina doada pela minha irmã. Aos poucos, outros equipamentos também foram doados. Os retalhos eram fornecidos por uma prima, que era costureira. Desde então, o trabalho foi crescendo, e nunca mais paramos;, comentou.
[SAIBAMAIS]Não há uma linha de produção ou um número exato de peças confeccionadas por mês. Porém, as voluntárias fazem de tudo para que o estoque esteja sempre cheio para quando uma mãe procurar pela ajuda. E, para ser beneficiada, não existe complicação. Para que as gestantes possam receber o material, é preciso, necessariamente, ter feito todas as consultas na rede pública e estar com a carteira do pré-natal totalmente preenchida. ;Beneficiamos apenas aquelas com dificuldades financeiras. Existem casos de mães que, sem condições, saem do hospital com a criança embrulhada em um lençol. Nosso trabalho é, justamente, para evitar isso. Não é um enxoval completo, porém já ajuda nesse momento;, detalhou Sônia. O kit é composto por um cobertor, dois conjuntos de flanelas, dois conjuntos de algodão (calça, paletó, pagã), dois pares de sapatos infantis e quatro fraldas de pano.
As cinco mulheres se revezam nos dias escolhidos para o encontro cortando tecidos, costurando, pregando botões e bordando. Elas trabalham de quatro a cinco horas. Além de dedicarem suas tardes ao serviço, essas costureiras doam parte do material necessário para a confecção das roupas, como tecidos, linhas e agulhas. Uma delas é a professora aposentada Marieta Coelho Noleto, 79 anos. Ela conta a emoção que é participar parte do projeto. ;Quando as gestantes vêm até nós, recebem os enxovais com muita alegria. Já tivemos casos de atender a avó e, depois de algum tempo, as filhas também serem beneficiadas. Isso me deixa realizada. Fazer o bem é mais que gratificante;, comentou. A base do projeto fica em uma das unidades da Federação Espírita de Brasília, localizada na 408 Sul.
Entre uma conversa e outra, as senhoras destacam que esse trabalho é um jogo de duas vias. As mães saem ganhando com a solidariedade, e elas, com a oportunidade de ajudar. ;Quando se faz algo esquecendo de você e lembrando do outro, os benefícios são inúmeros. Tenho muito amor por essa ação, sabendo que estou ajudando pessoas que necessitam. Em algumas ocasiões, venho também outros dias, além dos reservados para os encontros. Tudo isso para adiantar um pouco o serviço e sempre ter um enxoval disponível;, lembra Marieta.
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