postado em 23/12/2015 06:42
Juntas, elas preenchem de ternura e alegria o lugar onde estão. Ainda não era o primeiro dia de trabalho. A presença ali era para uma reunião introdutória. Mas estavam ansiosas e devidamente vestidas e maquiadas como em data de festa. As 22 vovós, com idades entre 60 e 80 anos, acabam se ser contratadas por um estabelecimento comercial em Águas Claras ; que será inaugurado em 28 de dezembro. Cada uma a seu modo, e com seu estilo, estão dispostas a mostrar que a experiência profissional e de vida acumuladas ao longo dos anos faz, sim, diferença. No emprego novo, pretendem trazer todo o carinho e o cuidado com que tratam os filhos e os netos para atender os clientes.
[SAIBAMAIS];Não quero acreditar que estou envelhecendo. Digo que a estrada que passou, não me lembro;, afirma Deusina Pereira da Silva, 62 anos. Vaidosa, moderna e disposta. Estas são as palavras que melhor definem a selecionada para uma das vagas. Ela foi a primeira a prontificar-se a contar um pouco de sua história e, ao final, fez questão de tirar uma foto no próprio celular e registrar o momento. Quando ficou sabendo do anúncio do emprego pelo genro, pensou que fosse brincadeira. ;Mas, hoje, estou achando o máximo. Foi o melhor presente de aniversário que poderia ter recebido;, comenta. No último domingo, Deusina celebrou a chegada de mais um ano e também o novo trabalho.
Mãe de uma filha, a mulher acredita que o corpo está adaptado ao esforço que será requisitado. ;Poupei muito a minha filha do trabalho de casa. Sempre fiz tudo. Quero trabalhar feliz e vou fazer o possível para agradar;, acrescenta. Maria de Lourdes Rodrigues Resende, 67 anos, foi selecionada para ser um dos rostos do empreendimento que leva o nome da mãe do proprietário, Luiza, uma senhora de 90 anos que mora fora de Brasília. ;Será uma cara alegre e feliz. Não achei nem a palavra certa para falar. Quero me doar totalmente;, afirma.
Nos pés, o companheiro inseparável: o tênis. ;Só uso sapato fechado. Sandália só para ir ao salão;, conta Maria de Lourdes. A razão é muito simples. Desde que fechou o restaurante que tinha, há cinco anos, não consegue ficar parada. ;Gosto de andar muito. Fico na casa de um filho, depois do outro. Cuido de um neto, depois do outro;, descreve. Ela, que mora em Taguatinga Norte, conta que conhece tudo por ali e afirma ainda ser cozinheira de mão cheia. ;Gosto de pegar na massa. Faço carne, torta de frango. E amo trabalhar com gente. Conversar com as pessoas;, complementa.
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