Cidades

Personalidades se vestem de Papai Noel e surpreendem crianças em Brasília

A convite do Correio, três personalidades da cidade encararam o papel do Bom Velhinho. Surpreenderam crianças na Estrutural, em Ceilândia e no Parque Ana Lídia com a visita inusitada. Ganharam abraços e sorrisos, e saíram gratificadas da experiência

postado em 24/12/2015 06:10
Valdir Oliveira chegou de surpresa a uma festa em que 150 crianças celebravam o Natal: emoção ao receber os pedidos de presentes

Demorou menos de 20 minutos até a transformação acontecer em uma loja do Guará. De barba e cabelos brancos, óculos redondos, luvas, botas e roupa vermelha, o Bom Velhinho brasiliense estava preparado para distribuir guloseimas aos pequenos. ;Estou pronto. Nunca passei por isso. Para mim, na infância, essa data sempre foi uma coisa comum, porque minha família não tinha o hábito de comemorar o Natal. Olhando para trás, acho que seria incrível se recebesse uma visita inesperada do Papai Noel;, descreve o diretor-superintendente do Sebrae-DF, Antônio Valdir Oliveira, que, a pedido do Correio, encarou o papel de aprendiz de Noel por um dia. O convite também foi aceito pela presidente da Fundação Athos Bulcão, Terezinha Ludovico, e pelo deputado federal Rogério Rosso (PSD).

O destino escolhido por Valdir foi a Estrutural, distante 13km do Plano Piloto. A cidade, cheia de campos de futebol improvisados em meio a terra e mato, parecia ter apenas adultos. Foi difícil encontrar crianças nas ruas. Quando a reportagem parou em uma pequena via da comunidade para o Papai Noel encher o saco de doces, Michael, 5 anos, surgiu de repente. ;Você é ele?;, questionou o menino, que foi correndo contar aos pais, o que acabara de ver.

Rogério Rosso acabou identificado na Feira de Ceilândia, reduto eleitoral do deputado: cercado por crianças e adultos para tirar fotos

As crianças da região estavam reunidas em um evento na Associação de Moradores da Estrutural. Apesar de ser uma festa natalina, não havia nenhum Noel programado pra animar os 150 meninos e meninas. Quando decidiu encarar a garotada, Valdir demonstrou certa hesitação. ;Ainda não sei como vou abordá-los.; Palavras, porém, quase não foram necessárias, tamanha a euforia das crianças de estar cara a cara com o personagem mais esperado de dezembro. Em meio a pulos, beijos e abraços, o Papai Noel Valdir Oliveira tomou nota dos pedidos: jogos, bicicletas e bonecas. Alguns não pediram nada. No grupo, estava Clícia, 5, uma garotinha de cabelos loiros, com alguns dentinhos faltando, empolgada com a possibilidade de receber diretamente das mãos do Bom Velhinho o presente descrito na carta que escreveu na escola.

;Quero um material escolar novo, bem completo, com canetinhas e lápis de colorir. Um caderno com folhas bonitas para eu estudar no ano que vem;, detalhou. Foi um momento emocionante para o diretor do Sebrae. ;Esperava encontrar histórias assim, mas a menina pedir canetinhas no Natal? É tocante, porque, nesta data, você pode realizar o seu sonho de criança, pedir o que quiser. E ela quis o mínimo.; Sem que a reportagem percebesse, Valdir pediu à assessora que o acompanhava que anotasse todos os dados de Clícia e da família. ;Este ano, vou me vestir de Papai Noel em casa.;

A meninada estranhou que uma mulher fosse o Papai Noel. Terezinha não titubeou e encarnou a ajudante do Bom Velhinho em terras candangas

Enquanto vestia as 11 peças que compunham o figurino, o deputado federal Rogério Rosso (PSD) falava de como o Natal na casa dele era religioso. ;Não tinha esta história de muito presente, não. Uma vez, ganhei um bote, que meu pai trouxe do exterior para pescarmos no Paranoá. Mas ele furou no dia seguinte;, lembrou. Rumo a Ceilândia, local escolhido para conversar com os pequenos, ele não escondeu a felicidade de estar em seu maior colégio eleitoral, do qual recebeu 35 mil votos na última eleição.



[SAIBAMAIS]Político é político. Não importa a vestimenta ou a ocasião. Rosso interagiu com os feirantes, cumprimentando muitos deles pelo nome. Posou para fotos em meio aos sussurros dos eleitores, que o haviam identificado, segundo eles, pela cor dos olhos e pela voz. Para as crianças, sorrisos e bênçãos ; ;Fiquem com Deus;, dizia. ;Olha, como é legal. As pessoas aqui nos tratam muito bem. Venho aqui sempre, por isso foi bem fácil identificar que o Papai Noel era o deputado.;

;Tenho certeza de que aquele é o Rogério Rosso. Ele veio aqui porque se lembrou da gente. Adorei a iniciativa;, elogiou a comerciante Maria do Socorro de Oliveira, 51 anos. Enquanto isso, o deputado falava com um menino que mora no Sol Nascente. ;Eu conheço todas as ruas de lá, sabia?; explicou. Na sequência, ouvindo o pedido de Gabriela dos Santos, 13, que queria um unicórnio, o deputado lembrou: ;Menina, esse é o mesmo nome da minha irmã;. Entregou as balas e seguiu.

;Minha experiência foi maravilhosa. Segunda-feira, a feira lotada; É sempre uma oportunidade incrível estar em Ceilândia;, contou. O deputado finalizou dizendo como é o Natal na casa dele. ;Minha família sempre comemorou discretamente, dando mais ênfase ao lado religioso do que ao consumismo. Hoje, ainda seguimos esse comportamento, com minha mulher e filhos, meus sogros e meus pais, juntos, em um jantar simples, em 24 de dezembro.;

Ajudante de Noel
O barulho do sino atraiu a meninada instantaneamente. A presidente da Fundação Athos Bulcão, Terezinha Ludovico, distribuiu uma sacola de doces e muitos abraços no Parque Ana Lídia, no Parque da Cidade. Algumas crianças faziam piquenique com os pais, enquanto outras passeavam com as babás. Elas não acreditaram em uma mulher vestida de Papai Noel. Por isso, Terezinha anunciou ser ajudante do Bom Velhinho. ;Conta o que você pediu e eu vou pedir a ele que não se esqueça;, dizia.

Rafael espera um videogame. Ana Carolina, um tablet. Larissa quer bonecas, e Henrique se preocupa com o frete de um boneco importado, detalhado na cartinha enviada ao Polo Norte. Foram quase duas horas de conversa. ;Se eu pudesse, ajudaria todas as crianças do mundo. O Natal é bonito, mas muito desigual. As caixas de presentes, diferenciando uma criança da outra, também marcam a condição financeira da família.;

Desde a escolha das guloseimas, ela se preocupava com a igualdade. ;Temos que pegar coisas que todos eles consigam ganhar, então, quero balas e pirulitos. Dá pra pegar com uma mãozada, e todos vão ficar satisfeitos;, comentou, enquanto comprava as delícias, no Setor Comercial Sul. No Natal de casa, no Lago Sul, ela chama quatro atores para entreter os dois netos. ;Fazem parte de uma companhia teatral e não recusam trabalho. Brincam com os meninos, puxam a orelha de quem não se comportou, mas são garantia de diversão;, disse, emendando: ;Mas a data serve mesmo para isso, confraternizar com as famílias. É a época de reviver a esperança e de praticar a solidariedade;.

Agradecimento: Djans Fantasias

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação