Cidades

Quilombo Mesquita se prepara para a 14ª edição da Festa do Marmelo

Com o objetivo principal de terminar a construção de uma igreja, a comunidade faz festa para celebrar a produção da marmelada, produto tradicional do povo negro que corre o risco de acabar

postado em 28/12/2015 08:22
Produtores ensinam como a marmelada é feita: receita antiga, vinda do conhecimento de antigos quilombolas do local
A comunidade do Quilombo Mesquita, erguida pela força da história dos negros, se prepara para a 14; edição da Festa do Marmelo. Organizadas desde sempre com o esforço dos produtores rurais da região, com a ajuda de amigos, empresários e admiradores da tradição do povoado, a cavalgada e a festividade nasceram com um único propósito: erguer o Santuário Nossa Senhora D;Abadia. Quase uma década e meia depois, a igreja está pronta. Um reparo ali, outro lá, e pronto. Mas um detalhe incomoda: ainda não há bancos no santuário. As cadeiras usadas são de plástico, emprestadas e mal acomodam o público para as orações. Fruto da união de simples cidadãos, a atividade ocorrerá no segundo fim de semana de janeiro e eles ainda não fecharam a lista do que precisam. Assim, ajuda e doações são bem-vindas.

O povoado Mesquita fica na zona rural da Cidade Ocidental (GO), distante 70km do Plano Piloto. A comunidade, remanescente de quilombos, mantém as tradições dos ascendentes negros há mais de 200 anos e suportam uma carga de mobilização e solidariedade tradicional. A festa mesmo ocorreu pelas mãos de muitas pessoas, com o objetivo de construir algo que pertencesse ao povo. O produtor rural João Antônio Pereira, 67 anos, participou desde o início. ;Tudo começou porque estávamos com dificuldade para construir uma igreja grande. Havia uma antiga, mas não suportava a quantidade de fiéis. Minha irmã teve ideia de fazer a festa para arrecadar o dinheiro. Foi tudo construído em esquema de mutirão. Ganhando tijolo, ferro, areia, nós fomos levantando. Agora, temos mais essa etapa;, explica o produtor, responsável pela atividade este ano.

;Precisamos dos bancos. Entre 80 e 100 bancos, mas cada um custa cerca de R$ 1 mil. Podem doar os bancos ou o dinheiro. E dá para vir conferir, porque aqui é tudo na honestidade;, garante. Vale também fornecer comida, carne, frango e produtos para o leilão. Aliás, é da última ação que sai boa parte dos recursos arrecadados com a festa, principalmente com o leilão de gado, realizado no segundo dia de comemorações. Este ano será em 10 de janeiro, um domingo. O evento em si começa um dia antes, com a cavalgada do povoado até a Cidade Ocidental e, por volta das 17h, com o retorno dos cavaleiros.
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