postado em 07/01/2016 08:00
Nas suas andanças por Brasília para decidir se deveria ou não seguir a arquitetura, a mesma profissão de seus pais, a adolescente Thalija acabou chegando ao Conic. Após atravessar um portal localizado no Setor de Diversões Sul, ela seguiu pelos labirintos e pirâmides encontrados no subterrâneo da capital, até chegar ao centro de toda essa mixórdia urbanística, onde encontrou Lucio Costa em pessoa.
Das mãos dele, a jovem recebeu de presente um exemplar do famoso Relatório do Plano Piloto e aprendeu duas formas diferentes de usá-lo: esfregando suas páginas, Thalija poderia invocar a presença de Costa a qualquer momento, para sanar todas as suas dúvidas a respeito de Brasília. E, ao enrolá-lo como uma zarabatana, ela ganhava o poder de estourar as bolhas imobiliárias que tentam gentrificar ainda mais a capital do país.
As aventuras da garota não fazem parte da rotina comum aos estudantes de Ensino Médio que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Isso porque ela é a personagem principal da HQ Thalija: Aventuras brasilienses em busca da cidade oculta, escrita e desenhada à mão pelo professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo. ;Sou um desenhador. Minha escolha de vida envolveu essa habilidade natural. Comecei a desenhar uma série de quadros sobre as manifestações de 2013. Foi daí que surgiu a ideia.;
Flósculo juntou as questões urbanas e os problemas típicos de Brasília em meio a um universo fantástico que foi além das linhas arquitetônicas tão comentadas na capital. Assim, Thalija cruza com criaturas mitológicas, como o Tatu, o Metrossauro e o Minhocão, e participa de protestos políticos na Esplanada dos Ministérios.
;Acabei fazendo uma história que explora a cidade de uma maneira mágica, matemática, urbanística e política. É uma interpretação alucinada acerca dela;, explica. Para Flósculo, a HQ ajuda a trazer novas percepções a respeito do que forma, de fato, a arquitetura e o urbanismo, em suas dimensões mais humanas.
;Existem interpretações de Brasília que são canônicas, mas estão tão batidas que não conseguem mais suscitar nas pessoas aquele encantamento original, como acontecia em décadas passadas. Era realmente necessário redescobrir a história mais cotidiana daqui;, afirma. Uma das grandes inspirações para a obra foi o clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.;A grande ficção de Alice envolve uma adolescente inteligente e curiosa com vários portais de contato. A mesma coisa acontece aqui: portais para os mundos da cidade parque e da cidade tradicional, das escalas magníficas de Brasília.;
Das mãos dele, a jovem recebeu de presente um exemplar do famoso Relatório do Plano Piloto e aprendeu duas formas diferentes de usá-lo: esfregando suas páginas, Thalija poderia invocar a presença de Costa a qualquer momento, para sanar todas as suas dúvidas a respeito de Brasília. E, ao enrolá-lo como uma zarabatana, ela ganhava o poder de estourar as bolhas imobiliárias que tentam gentrificar ainda mais a capital do país.
As aventuras da garota não fazem parte da rotina comum aos estudantes de Ensino Médio que farão o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Isso porque ela é a personagem principal da HQ Thalija: Aventuras brasilienses em busca da cidade oculta, escrita e desenhada à mão pelo professor de arquitetura da Universidade de Brasília (UnB) Frederico Flósculo. ;Sou um desenhador. Minha escolha de vida envolveu essa habilidade natural. Comecei a desenhar uma série de quadros sobre as manifestações de 2013. Foi daí que surgiu a ideia.;
Flósculo juntou as questões urbanas e os problemas típicos de Brasília em meio a um universo fantástico que foi além das linhas arquitetônicas tão comentadas na capital. Assim, Thalija cruza com criaturas mitológicas, como o Tatu, o Metrossauro e o Minhocão, e participa de protestos políticos na Esplanada dos Ministérios.
;Acabei fazendo uma história que explora a cidade de uma maneira mágica, matemática, urbanística e política. É uma interpretação alucinada acerca dela;, explica. Para Flósculo, a HQ ajuda a trazer novas percepções a respeito do que forma, de fato, a arquitetura e o urbanismo, em suas dimensões mais humanas.
;Existem interpretações de Brasília que são canônicas, mas estão tão batidas que não conseguem mais suscitar nas pessoas aquele encantamento original, como acontecia em décadas passadas. Era realmente necessário redescobrir a história mais cotidiana daqui;, afirma. Uma das grandes inspirações para a obra foi o clássico Alice no País das Maravilhas, de Lewis Carroll.;A grande ficção de Alice envolve uma adolescente inteligente e curiosa com vários portais de contato. A mesma coisa acontece aqui: portais para os mundos da cidade parque e da cidade tradicional, das escalas magníficas de Brasília.;