Cidades

STF concede prisão domiciliar à ex-policial que atirou no ex-namorado no DF

O benefício foi concedido pelo presidente do STF à mulher que atirou três vezes contra o ex-namorado, na Asa Sul, sob o argumento de que ela tem problemas de saúde. Decisão revoltou a família da vítima, que continua internada e se submeteu a 10 cirurgias

Nathália Cardim
postado em 08/01/2016 06:05
Carlos Augusto Conforte perdeu 42kg desde que foi atingido pelos tiros nas costas, no queixo e no abdômen
O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Ricardo Lewandowiski, concedeu prisão domiciliar à policial civil aposentada Paula de Carvalho Baptista, 48 anos, que atirou três vezes contra o ex-namorado, o diretor social do Minas Tênis Clube, Carlos Augusto Conforte, 56 anos.

A concessão do benefício ocorreu após o advogado da mulher entrar com habeas corpus no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios (TJDFT) e alegar que Paula tem aneurisma na artéria carótida, com indicação de cirurgia. Em um primeiro momento, o pedido foi negado pela Segunda Turma Criminal do TJDFT. A decisão do STF foi deferida na última semana de dezembro e determinou a substituição imediata da prisão preventiva de Paula por prisão domiciliar. Paula era mantida no Departamento de Polícia Especializada (DPE) desde o dia do crime.

Carlos passou por 10 cirurgias e perdeu 42kg. Atualmente, está internado em um hospital particular da Asa Sul por complicações na cicatrização em uma fístula aberta do intestino. Voltou com a ex-mulher, a servidora pública Ana Lúcia Conforte, 48 anos, que o ajuda na recuperação. ;Estamos muito insatisfeitos com essa decisão. Não é justo o Guto estar no hospital e ter que passar o Natal e o ano-novo longe de todos nós, enquanto ela está em casa com a família;, desabafa Ana Lúcia.

A servidora pública afirmou que o caso de Carlos é tratado como gravíssimo, mas ele está bem e todos estão otimistas com a recuperação. ;Fisicamente, apesar de andar e conversar, ele ainda está muito debilitado. Emocionalmente, está bem;, diz. ;Nada justifica a prisão domiciliar. Agora, percebemos como a Justiça não funciona no nosso país. Qual é a explicação para tirar uma ré confessa da cadeia? Além de ela ter sido presa em flagrante, várias testemunhas presenciaram o crime. Agora, ela está solta e o Guto preso em uma cama de hospital.;

O caso
O crime aconteceu em 27 de julho do ano passado e teria sido motivado por ciúmes. Carlos Conforte foi atingido por três disparos por volta das 22h de um sábado, nas proximidades da Igrejinha Nossa Senhora de Fátima, na 108 Sul. A ex-namorada não aceitava o fim do relacionamento e atirou nas costas, no queixo e no abdômen da vítima após um desentendimento entre os dois. Depois da ação, a mulher ainda tentou fugir, mas acabou presa em flagrante.
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