Cidades

Seguranças são afastados após agressão a mulher no Hospital de Ceilândia

Em um vídeo público, postado nas redes sociais, seguranças aparecem arrastando uma mulher pelos braços

Isa Stacciarini
postado em 09/01/2016 18:35

Os seguranças flagrados arrastando uma mulher no Hospital Regional de Ceilândia foram afastados dos trabalhos. Eles foram flagrados em uma ação de desrespeito com uma paciente da rede pública de saúde. Em um vídeo público, postado nas redes sociais, os vigilantes aparecem chutando uma mulher e arrastando-a pelo braço até o lado de fora da unidade de saúde. Uma testemunha que presenciou o caso, de 22 anos, fez um relato em um grupo no Facebook. Ela contou que o fato ocorreu na última quinta-feira (7/1).

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Segundo a jovem, que diz ter visto toda a situação, a vítima, que estaria acompanhada por outra mulher, teve o acesso ao hospital impedido por vigilantes. "O segurança não permitiu a mulher entrar e colocou as duas do lado de fora. Uma dela, para tentar ajudar a outra, entrou e adivinha...O segurança a recebeu com vários chutes e saiu arrastando a mulher pelo corredor do hospital até o lado de fora;, disse.

Em um vídeo público, postado nas redes sociais, seguranças aparecem arrastando uma mulher pelos braçosEla ainda contou que também sofreu represálias dos seguranças. ;Ele ficou apontando o dedo na minha cara, me xingou lá. Foi horrível;, lamentou. Em entrevista ao Correio, a jovem, que prefere não ser identificada, contou que aguardava atendimento para a avó que tinha desmaiado e vomitado. "Tinha muita gente na fila. Eu estava com minha avó na ala de emergência quando iniciou a confusão. Comecei a filmar depois que tudo estava acontecendo. A mulher tentou entrar, mas o segurança não deixou. Mesmo assim ela conseguiu acesso e nessa hora os vigilantes saíram puxando pelo braço", explicou.

A vendedora ressaltou que, ao ser agredida, a vítima empurrou um dos seguranças. "Nesse momento eles começaram a dar um monte de murro nela. A mulher caiu no chão e mesmo assim os seguranças continuaram as agressões com chutes. Uma enfermeira saiu, ficou olhando, mas não fez nada. Um policial também presenciou a cena e não tomou nenhuma atitude", destacou. "A mulher foi expulsa do hospital e lá fora a baixaria continuou. Pela surra que ela levou, deve ter ficado muito machuada, porque eram quatro seguranças fortes, mas a vítima não voltou para dentro do hospital", acrescentou.
O comentário da testemunha nas redes sociais repercutiu nas redes sociais. Uma mulher revelou que passou por situação semelhante. ;Eles são muito folgados mesmo. Uma vez aconteceu o mesmo comigo, só que levei o caso para a delegacia;, disse.

A mesma internauta fez um desabafo e pediu que a testemunha registrasse ocorrência na Polícia Civil e na ouvidoria do hospital. ;Essa empresa tem que treinar melhor os funcionários dela. Eles trabalham com seres humanos e, principalmente, na área hospitalar onde as pessoas estão doentes ou familiares com o emocional abalado por estar vendo alguém passando mal. Isso tem que mudar, a saúde pede socorro e tem que mudar a partir do serviços terceirizados. Chega, cansamos disso;, completou.

No vídeo, um homem aparece com a blusa da Polícia Civil, assiste a agressão e não toma nenhuma atitude. A Divisão de Comunicação da Polícia Civil (Divicom) informou que não existe registro de ocorrência sobre o caso. Sobre o suposto policial, a comunicação disse que"o caso será analisado e que será preciso, ainda, avaliar os fatos "em sua totalidade".
Depois da divulgação das imagens que comprovam a agressão, a direção do Hospital Regional de Ceilândia informou que "vai apurar as responsabilidades pelo ocorrido no referido plantão e destaca a preocupação com o respeito ao paciente e seu acompanhante".

Repúdio
Segundo José Maria Gomes Filho, assessor especial do gabinete do secretário de Saúde, Fábio Gondim, o chefe do plantão na noite da agressão contou que uma mulher chegou desmaiada ao HRC, levada por uma amiga e um homem. Na versão do assessor, o grupo parecia alterado. ;A que estava desmaiada retomou a consciência e elas começaram a discutir entre si. Falavam alto e gesticulavam;, relatou.

Uma das macas que estava próxima das mulheres começou a balançar e a paciente que estava deitada ficou com medo. ;Os outros pacientes que aguardavam atendimento se sentiram ameaçados. Um dos vigilantes chegou para pedir que elas parassem e a que tinha desmaiado deu um tapa no rosto dele. A amiga também partiu para cima do funcionário;, disse.

;O outro vigilante chegou para retirá-las, se alterou e os funcionários cometerem o grande erro. Repudiamos totalmente a atitude da guarda que não é algo que a secretaria concorde ou compactue;, concluiu. A secretaria de saúde tenta contato com a vítima agredida e já notificou a empresa para o afastamento da equipe.

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