Cidades

Roubo a residências cresce 17,5% no ano passado no Distrito Federal

Assaltos a coletivos também tiveram aumento de 136,4% em dezembro de 2015 em relação a 2014. Estupros cresceram 31,7% na cidade

Amanda Carvalho - Especial para o Correio, Otávio Augusto, Nathália Cardim
postado em 12/01/2016 11:50
Governador Rodrigo Rollemberg admitiu o aumento da criminalidade no DF: roubo à residência cresceu 17,5% nos últimos 24 meses
Os casos de roubo a residência e assalto a ônibus estão entre os crimes que mais cresceram no Distrito Federal. A primeira modalidade de crime aumentou 17,5% entre janeiro e dezembro de 2015. De acordo com dados divulgados pela Secretaria da Segurança Pública e Paz Social, Ceilândia e Planaltina são as regiões com maior índice de assaltos a casas. Em toda capital 684 brasilienses tiveram os domicílios invadidos. No caso dos ônibus, em todo o ano passado, criminosos assaltaram 2,3 mil coletivos, 6,3% a mais do que no ano retrasado.

A Polícia Civil registrou pelo menos oito casos de roubo a residência no DF nos primeiros 12 dias de 2016. Em 6 de janeiro, assaltantes roubaram uma casa na Península dos Ministros, no Lago Sul, endereço vizinho à residências oficiais dos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, de várias autoridades do executivo federal, além de sedes de embaixadas como Irlanda, Paquistão e Estônia, e mantiveram três pessoas reféns. No mesmo dia, no Lago Norte, uma criança de 12 anos foi esfaqueada após reagir para defender a mãe em outra ocorrência.

Na madrugada do último sábado (9/1), pelo menos seis pessoas ficaram cerca de seis horas sob poder de cinco assaltantes durante roubo em uma chácara no Núcleo Rural Lago Oeste, em Sobradinho. Na ocasião, o grupo levou cinco televisões, uma câmera GoPro, notebook, R$ 30 mil em dinheiro e o carro do motorista particular do aplicativo Uber.

O último crime aconteceu quase uma semana depois de a socióloga Márcia de Alencar assumir a Secretaria da Segurança. Ela apresentou os mais recentes índices de violência na capital. Apenas em dezembro, o roubo a coletivos cresceu 136,4% em relação ao mesmo período de 2014. Naquele ano, 107 ônibus foram alvo de criminosos. No último mês de 2015, o número chegou a 253.
Ainda em dezembro, os casos de estupro deixaram a cúpula da segurança da capital em alerta. Os abusos cresceram 31,7%. Ao todo, 54 pessoas ser tornaram vítimas. Contudo, nos últimos 24 meses, o número baixou de 777 ocorrências em 2014, para 624 no ano passado, um recuo de 19,7%.

Entre os casos investigados pela Polícia Civil, está o episódio da jovem de 24 anos que, no primeiro dia de 2016, fez um relato nas redes sociais contando o possível abuso sofrido pelo segurança de uma festa no Setor de Clubes Sul.

;Saldo positivo;

Apesar dos números alarmantes de crimes contra o patrimônio, o governo considera o panorama "positivo". O Executivo local ressalta que em 2015 a cidade teve o menor índice de homicídios em 22 anos, com 21,5 assassinatos a cada 100 mil habitantes, um recuo de 11,4%. "Vamos continuar com a tendência de redução dos indicadores de violência. Nosso esforço será maior em 2016", avaliou o governador do Distrito Federal, Rodrigo Rollemberg (PSB).

Segundo Márcia de Alencar, houve acréscimo de 29% de apreensões de jovens em atos infracionais. "Temos um grande desafio em 2016 em relação aos crimes contra o patrimônio", disse a titular da pasta, ao ressaltar que esse tipo de crise reduziu 15,4% se comparado a 2014. "Queremos manter os índices positivos conquistados no ano passado, além de desenvolver estratégias para atuar nas áreas mais críticas", finalizou.

As taxas, na maioria positivas, contrapõem 2014, ano em que os brasilienses sofreram com a Operação Tartaruga da Polícia Militar, que fez com que os crimes disparassem. "Confio na nova equipe de segurança para reduzir esses números em 2016", finalizou o socialista, sem detalhar o plano de gestão da segurança aos jornalistas.

Trânsito

Os índices de morte no trânsito também tiveram queda expressiva em 2015. Foi o menor número registrado desde 1995, com 11,5 mortos para cada 100 mil habitantes. No ano passado, 335 pessoas morreram, contra as 406 de 2014. No comparativo com o mês de dezembro, o número voltou a crescer: 29 vítimas em 2015 e 28 em 2014.

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