Cidades

Donos de barracas de feiras no DF usam jogo de cintura para driblar a crise

Eles baixam os preços e variam o cardápio para conquistar a clientela. Venda de quentinhas nos arredores e queda de movimento durante a semana também são desafios para o setor

postado em 17/01/2016 08:10 / atualizado em 19/10/2020 13:50



O preço baixo é um dos maiores apelos das feiras populares do Distrito Federal para fazer com que os clientes decidam não só comprar os mais variados produtos como também realizem as suas refeições lá. Porém, os pratos tradicionais da cozinha nordestina, mineira e goiana não têm sido suficientes para que elas vençam a recessão econômica. Por isso, muitos comerciantes apostam na criatividade e nos descontos para conquistar o consumidor.

Na Feira da Ceilândia, barracas que antes ofereciam o prato a R$ 10 ou a R$ 8 chegam a vendê-los por R$ 6. “Durante a semana, o movimento diminui quase 70%. Ainda bem que aos sábados e domingos aumenta, porque, se não, ficaria difícil continuar”, conta Edinara Bezerra dos Santos, a Galega, dona de uma das bancas mais conhecidas do local. A ideia dela para agradar a clientela envolve bom humor e aumento nas opções do cardápio. “O que mais sai é o mocotó, mas temos galinha caipira, carne de sol, panelada, buchada de bode, sarapatel. Se o cliente quiser, a gente coloca dois tipos de carne, e ele pode escolher entre arroz branco ou baião.”


O apelo afetivo com pratos típicos também é um chamariz para garantir as vendas, tanto que a buchada, de preparo mais elaborado, pode custar R$ 20. A aposentada Oneide da Silva, 65 anos, nasceu em Teresina, no Piauí, e mora em Brasília desde 1970. Mesmo que a saúde não permita exageros em itens mais pesados da culinária daquele estado, ela diz que, nas feiras, sempre encontra as receitas feitas do mesmo modo como ela comia na cidade natal. “A gente sabe que, aqui, vai encontrar tudo feito do modo nordestino. Acho tudo que preciso; por isso, sempre volto”, revela.

Francis Nogueira, presidente da Associação dos Feirantes da Feira Central de Ceilândia, explica que um dos motivos que mais agravam a crise é a venda de quentinhas nos arredores. “Isso atingiu demais quem vende comida aqui. Eles chegam com um reboque na parte de trás dos carros, vendem as quentinhas e não pagam nada. A concorrência é desleal”, reclama. Mas Antônia de Fátima, também proprietária de barraca em Ceilândia, garante que, mesmo com a diminuição das vendas, ainda prepara 15kg de panelada todos os dias. “Se a gente faz picanha ou estrogonofe, não sai. O que as pessoas querem é comida nordestina”, assegura.

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