A exibição começou um pouco depois do previsto inicialmente, às 10h, por conta da chuva. Com relação à estrutura adaptada aos meninos, dez terapeutas voluntários se colocaram à disposição de prestar apoio. Os profissionais ficaram responsáveis também por levar objetos que acalmariam as crianças, como brinquedos, massinha de modelar e até mesmo massagem.
Algumas crianças ficaram assustadas e precisaram dar uma volta, se distrair, para depois retornar à sala, mas a maioria se divertiu. Houve quem até se levantasse para aplaudir as cenas, apontando constantemente para a tela onde algum monstro aparecia.
Essa foi a primeira vez que o Guilherme Lima, de seis anos, assistiu a uma sessão de longa-metragem no cinema. Antes, ele havia visto curtas no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), neste mês. A mãe, Tatiana Lima, é diretora do Moab e uma das idealizadoras do projeto que ocorreu nesta quarta. Ela afirma que o filhou reagiu bem ao primeiro contato com as telinhas e, por isso, espera que a experiência seja bem sucedida.
;Alguns pais evitam levar aos crianças ao cinema por causa desse desconforto que acaba atrapalhando as pessoas que estão assistindo. A nossa ideia, então, é ajudar as famílias, porque tanto o pai deixa de ir, quanto deixa de levar o filho, ambos são prejudicados;, explica Tatiana.
A administradora Rosane Mércia de Souza, 40 anos, também integra o Movimento Orgulho Autista Brasil (Moab), e hoje levou o Pedro Henrique, 10 anos, para o cinema. Ela conta que o filho já está acostumado com o ambiente, pois desde que ele era pequeno cultiva o hábito de assistir a algum filme fora de casa, mas considera que a iniciativa seja importante para conhecer outras famílias que tenham crianças autistas.
;A importância é a socialização, mostrar pras redes que, para os pais de uma criança com autismo, faz muita diferença que a sociedade seja inclusiva, sem diferenciação. Compartilhar experiências com outras famílias também é fundamental;, avalia.
Tatiana diz que os ingressos foram distribuídos gratuitamente, mas que, por conta da limitação de cadeiras, a fila de espera chega a 200 pessoas. Por isso, a Moab planeja organizar uma próxima sessão de cinema para as crianças autistas ainda este ano.