Dezenas de moradores, além de estudantes e funcionários do Colégio Rogacionista, se reuniram, desde às 7h desta quinta-feira (4/2), para realizar um ato em luto pelo servidor público Eli Roberto Chagas, 51 anos, assassinado a tiros durante assalto próximo à unidade de ensino onde estudam os filhos. Nessa quarta-feira (3/2), familiares e amigos se despediram dele, em clima de muita comoção.
[SAIBAMAIS]Eles fizeram uma oração no local onde Eli Roberto foi assassinado. A líder comunitária Célia Caixeta, 53 anos, diz que o ato solidário é feito para chamar atenção das autoridades para a insegurança vivida pela população, além de pedir mudanças no Código Penal e no Estatuto da Criança e do Adolescente. ;Até quando vamos perder pais de família, perder nossos filhos? Até quando vamos ser reféns, ficarmos presos em casa?;, questionou. Segundo ela, um grupo irá até o 4; BPM para conversar com o coronel da corporação e ver estratégias de segurança que podem ser executadas na região, além de cobrar ações da Secretaria de Segurança.
O Corpo de Bombeiros também acompanhou o ato. Muitas pessoas usavam roupas pretas. Apenas alguns familiares da vítima foram ao local. O primo da vítima, Carlos Roberto Chagas, deixou flores no local do crime e muito abalado falou que espera que essa tragédia não fique impune: "É preciso aumentar o policiamento na nossa cidade, estamos todos a mercê de bandidos. Esse assassino destruiu uma família. Nada vai trazer meu primo de volta mas esperamos que isso sirva pelo menos paraque o governo veja que aumentar a segurança é algo que preciso ser feito imediatamente".
Tristeza
Durante todo o dia de ontem, mais de 200 parentes e amigos se juntaram para dar adeus a ele, em clima de emoção e fé. Sempre ao lado dos filhos, André, de 14 anos, e Sofia, de 12, a mulher de Eli, Neuza Chagas, chegou visivelmente abalada ao cemitério, por volta das 14h. Uma carta de amor em tom de despedida foi deixada com o corpo, escrita pelos adolescentes. Canções religiosas e aplausos foram o som de um adeus doloroso, encerrado às 16h30. ;É mais uma família destroçada. E o pior virá agora;, desabafou Hélio Chagas Filho, 56, irmão da vítima.
Entenda
A tragédia ocorreu na QE 38, por volta das 11h30 de terça-feira (2/2), perto do horário de saída das crianças. Muitas ouviram os quatro disparos feitos pelo criminoso. Eli foi abordado enquanto esperava os filhos saírem. Estava estacionado na esquina da escola, onde ficava todos os dias. O bandido entrou no carro e, antes de fugir, atirou.
A 4; Delegacia de Polícia (Guará) investiga o caso, mas até o momento ninguém foi preso. O carro modelo Toyotta Corolla, levado pelo assaltante e encontrado cinco horas após o crime, no Setor de Oficinas Sul, passou por perícia, e digitais foram colhidas. A corporação afirma que o caso é tratado como prioridade, mas não divulga detalhes para que a investigação não seja comprometida.
As homenagens e os pedidos de atenção para as autoridades seguem. Está previsto para sábado (6/2) uma passeata pela paz no Guará 2. O ponto de encontro também será o Colégio Rogacionista, por volta das 8h.
Com informações de Camila Costa