postado em 04/02/2016 21:09
A Subsecretaria de Defesa Civil do Distrito Federal, classificou como grave a situação do antigo Torre Palace Hotel, no Setor Hoteleiro Norte. O prédio que hoje além de abrigar cerca de 120 integrantes do Movimento de Resistência Popular (MRP), moradores de ruas e também usuários de drogas, esconde em seus 13 andares um risco a população que transita pela localidade. A perícia foi realizada na última segunda-feira (01/2) a pedido do vice-governador Renato Santana. Com o laudo, o executivo entrará com uma ação judicial contra os proprietários da edificação, pedido a demolição do local.
O laudo entregue nesta quinta-feira (4/2) revela que a edificação não possui risco de colapso iminente. ;Porém, com bases nos sinais patológicos identificados é facilmente constatado que a edificação está em processo contínuo e rápido de degradação que em curto prazo levará à ruína de parte da estrutura, como a marquize e a médio prazo ao comprometimento irreversível de toda edificação;, detalha o relatório. A Defesa Civil também orienta para imediata intervenção no local para reparar os problemas estruturais.
O imóvel, que é alvo de uma disputa judicial, está abandonado desde agosto de 2014 e passou a representar uma preocupação para os brasilienses. O local, que foi um dos mais luxuosos hotéis de Brasília, passou a abrigar andarilhos e dependentes químicos. Com isso, o Setor Hoteleiro Norte se tornou ponto de tráfico. Entre os pavimentos, há consumo de drogas. Na região, registros de furtos a veículos.
Os técnicos da Defesa Civil avaliaram que até parte de paredes acabaram removidas após o abandono. Com a confirmação de risco, a proposta do vice-governador, Renato Santana, é entrar com uma ação demolitória contra os herdeiros do local. Os custos seriam bancados pelo GDF e repassados aos donos.
Dengue
No centro da capital federal, o antigo Torre Palace Hotel também representa um risco para a saúde do brasiliense. Os 13 andares da edificação guardam todo tipo de lixo. Nos últimos pavimentos, a água parada e um reservatório aberto são mais um criadouro para o mosquito Aedes aegypti. Um rapaz de 22 anos que acompanhou a reportagem contou que, somente em janeiro, quatro pessoas que vivem no local tiveram o diagnóstico de dengue.
O gerente de Vigilância Ambiental de Vetores e Animais Peçonhentos e Ações de Campo, Petrônio Lopes, explicou que a falta de acesso ao prédio dificulta os trabalhos de combate de focos a mosquitos, assim como também proliferação de ratos e escorpiões. ;É uma área de atenção. O local está ocupado por usuários de drogas, e eles impedem o acesso. Fica praticamente impossível agir por lá;, detalhou. No ano passado, os técnicos do órgãos conseguiram entrar duas vezes no local, onde constataram muita sujeira.