Otávio Augusto
postado em 06/02/2016 07:05
O avanço do Aedes aegypti no Entorno pressiona a Vigilância Epidemiológica da capital federal. Quatro municípios vizinhos ao DF aparecem no ranking das maiores contaminações em Goiás, estado líder em incidência do mosquito no país, segundo o Ministério da Saúde. No ano passado, houve 95,7 mil casos de dengue lá, uma alta de 55,13% em relação a 2014 (76,7 mil). Luziânia, Valparaíso, Santo Antônio do Descoberto e Águas Lindas são as cidades que apresentam maior risco e estão em estado de alerta máximo (leia Perigo). O cenário pode ser ainda mais pessimista. Autoridades sanitárias goianas admitem que o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) pode apresentar falhas.
Ao redor do Distrito Federal, há cerca de 2,6 mil casos de dengue. Pelo menos seis mortes são investigadas. Em Padre Bernardo, o índice de incidência atinge 641 pessoas para cada grupo de 100 mil habitantes. O Executivo local está temeroso com o aumento das infecções no Entorno e quer evitar que os reflexos negativos cheguem a Brasília. ;O combate não pode falhar, mas parceria não é assumir o trabalho total. Pedimos um levantamento do que as cidades têm para podermos planejar o que será enviado para esses locais;, explicou o diretor da Vigilância Ambiental do DF, Divino Valero.
Goiás notificou, em janeiro, 14.103 casos. Contudo, a superintendente de Vigilância em Saúde de Goiás, Maria Cecília Brito, admitiu que, apesar do panorama, os números podem apresentar discrepância. ;Temos de melhorar os fluxos, principalmente dos atendimentos, das notificações e do controle do vetor. Precisamos de ajuda técnica e operacional para o controle das doenças transmitidas pelo Aedes;, concluiu Maria Cecília.
Segundo o mais recente Boletim Epidemiológico da Secretaria de Saúde do DF, o número de registros no DF de pacientes residentes no Entorno aumentou 420,83%, em relação ao mesmo período de 2015. No total, 125 pessoas tiveram o diagnóstico em laboratórios da rede pública da capital federal. ;Vamos tentar ajustar a metodologia da notificação dos casos. Com padronização, é mais fácil contabilizar e direcionar as ações de combate;, adiantou Valero, ao comentar possíveis falhas no levantamento goiano.
Além disso, o DF notificou 29 suspeitas de febre chikungunya até a última terça-feira. Dessas, sete (24%) são do Entorno, sobretudo de Santo Antônio do Descoberto. Houve, ainda, 41 registros de zika vírus, dos quais cinco (12%) têm origem em municípios goianos. ;Quando se fala em saúde pública, não existem fronteiras; por isso, vamos unir forças para controlar o Aedes e minimizar o máximo possível as contaminações;, concluiu o diretor da Vigilância Ambiental do DF.
Em 19 de fevereiro, haverá um encontro técnico para determinar as ações. Um documento deve ser publicado a fim de formalizar a força-tarefa. A capital federal enviou, há cerca de um mês, três carros fumacês para Santo Antônio do Descoberto. O serviço chegou a 12,7 mil casas.
Combate ininterrupto
No primeiro mês do ano, a capital federal registrou 32 casos de dengue por dia. Houve 1.198 contaminações. O aumento é de 435% em relação a janeiro do ano passado. A Secretaria de Saúde do DF decidiu não interromper o controle do Aedes aegypti durante o carnaval. A pasta divulgou ontem o cronograma de ações a serem executadas durante o feriado. Guará, São Sebastião, Ceilândia, Sobradinho, Estrutural, Fercal, Brazlândia e Jardim Botânico receberão o carro fumacê entre segunda e quinta-feira. Os horários para a aplicação do produto é das 4h às 6h e das 18h às 21h.
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