postado em 16/02/2016 17:01
O horário de serviço já havia terminado, porém uma situação no meio da rua fez com que o sargento Hélvio Pompilio, 43 anos, agisse em favor da segurança. Ele seguia de carro para casa, quando viu dois homens assaltando um comércio em Samambaia. O militar tentou intervir na ação, mas acabou atingido por um tiro na coluna. Com isso, Pompilio perdeu os movimentos das pernas e ficou afastado da Polícia Militar. Ao retomar ao trabalho, teve a opção de se aposentar, mas almejou a continuidade na carreira. Tornou-se então o único PM cadeirante na ativa no Distrito Federal.
;Eu tinha saído há pouco do quartel e não estava fardado. Ao descer do carro, os bandidos já vieram para cima, somente deu tempo de defender uma pessoa, colocando para trás, quando um deles atirou;, lembra Pompilio. O militar caiu no chão e os bandidos fugiram levando a arma dele. ;A minha intenção era de proteger as pessoas, mas infelizmente ocorreu esse fato;. Os criminosos foram presos em menos de um mês.
Pompílio passou por três cirurgias. Em um dos procedimentos, foi constatada uma lesão medular. Diante disso, o militar se viu numa nova condição de paraplégico. O apoio da família, amigos e colegas de trabalho foi primordial na recuperação. ;Foi um momento difícil, afinal, eu era bem atuante e ativo. Numa única vez, me vi em uma cadeira de rodas, sem os movimentos das pernas. Deus tem me dado condição para superar o dia a dia, e todos estiveram bem presentes comigo, principalmente meus dois filhos;.
Entre o acidente, cirurgia e tratamentos, três anos se passaram. Tempo em que o sargento ficou afastado da corporação. Na volta, ele contou com apoio para se aposentar, em virtude de acidente de trabalho, porém decidiu continuar na carreira. ;Optei por continuar na corporação e fechar o ciclo de cinco anos até a aposentadoria por tempo de serviço. Me sinto útil para a sociedade;. Pompílio retornou as atividades no 11; Batalhão da Polícia Militar, o mesmo em que atuava na época.
Desde julho do ano passado, ele atua internamente na subseção de comunicação social do quartel, divulgando as ocorrências para a comunidade e imprensa. O exemplo do sargento Pompílio motivou toda a corporação. ;A ocorrência o afetou fisicamente, mas não o desmotivou a continuar. Isso alegrou e motivou a tropa;, comentou o comandante do 11; BPM, tenente-coronel Samuel Pereira Gomes. O sargento se vê realizado com o período. ;Estou muito feliz com o meu retorno para polícia. O apoio de todos tem me dado força para conseguir meus objetivos pessoais e na carreira militar;, finalizou.