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Igreja dos "ossos brilhantes", em cidade goiana, foi erguida em 1770

Grupo de escravos, que voltava de uma mineração malsucedida, encontraram imagem de santo que dá nome ao templo de baixo de um pé de angico

postado em 18/02/2016 07:52
Grupo de escravos, que voltava de uma mineração malsucedida, encontraram imagem de santo que dá nome ao templo de baixo de um pé de angico
Conforme registros do livro de tombo de Goiás Velho, a então Igrejinha de Santo Antônio foi concluída em 1770, por ordem do capitão português José Pereira de Lisboa. Sua construção teve início quando um grupo de escravos que voltava de uma mineração malsucedida decidiu descansar de baixo de um pé de angico.

[SAIBAMAIS]Ali, um deles avistou uma imagem de Santo Antônio de Pádua incrustada num tronco da árvore. Os escravos, então, a retiraram e a levaram aos seus senhores, na expectativa de que não sofressem o castigo costumeiro. A iniciativa deu resultado: os senhores ficaram felizes, se esqueceram de aplicar o castigo e a ocasião do achado foi declarada dia de festa.



Por volta dos anos entre 1722 e 1748, os senhores de escravos mandariam construir uma capelinha ao lado do pé de angico e, dentro dela, um altar para entronizar a imagem venerada. Essa primeira imagem de Santo Antonio, entretanto, foi levada para Portugal.

Brilho misterioso
Uma ossada brilhante foi encontrada durante uma reforma na igreja. Os ossos foram achados durante escavações onde antes ficava o altar. O padre responsável pelo santuário, Marcelo Vieira, disse que foram encontradas três ossadas. Mantido em segredo até que estudiosos pudessem dar um parecer técnico-científico, o caso, entretanto, acabou ganhando as ruas e as rodas de conversas da cidade, cuja população beira os 64 mil habitantes. Levando-se em conta os fatos históricos que remontam ao ciclo do ouro, por volta de 1720 ; mesma época em que o município foi fundado ;, tamanha repercussão preocupa representantes católicos, a ponto de a Arquidiocese Goiana ordenar o fechamento provisório do local.

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