Cidades

Iniciadas em 2014, obras no Parque da Cidade ainda estão inacabadas

Ciclistas e pedestres reclamam das pistas que ainda se encontram em reforma, parte delas está pronta mas não recebeu sinalização e pintura

Maria Eduarda Cardim - Especial para o Correio
postado em 23/02/2016 10:37

A administração do Parque alega que problemas financeiros e o período de chuvas foram a razão da demora

As obras das pistas do Parque da Cidade Sarah Kubitschek ainda não terminaram. A operação, que consiste na criação de uma nova pista e na revitalização da antiga, começou em setembro de 2014 e até hoje não teve conclusão. A administração do Parque alega que problemas financeiros e o período de chuvas foram a razão da demora. Enquanto isso, ciclistas e pedestres reclamam da falta de organização da reforma.

O término das obras está previsto para a última quinzena de março. Após os ajustes, o parque será composto por duas pistas, uma interna e outra externa. A interna servirá como ciclovia, onde bicicletas, patins, skates e outros equipamentos com roda circularão. Já a faixa externa será destinada exclusivamente aos pedestres. Ambas as pistas têm, aproximadamente, 10 km de extensão e cinco metros de largura.

Segundo o administrador do Parque, Alexandro Ribeiro, a construção de uma nova pista era demanda do público. A junção de equipamentos com roda, como bicicleta, patins e skate, e pedestres gera conflitos. "A separação torna a pratica de atividade esportiva mais segura.", afirma.

A recuperação da antiga faixa também já estava inclusa no projeto e começou em outubro de 2015.

O processo consiste na recuperação e fresagem do pavimento. Isto é, parte do asfalto danificado com rachaduras é retirado e uma nova massa asfáltica será colocada. A nova pista construída está com a estrutura pronta, o que falta agora é a pintura e a sinalização. Por conta disso, a administração instrui os visitantes a não utilizarem a mesma, e sim a antiga, que tem trechos ainda em reforma, mas está sinalizada.

Porém, como a pista ainda passa por um processo de reconstrução, existe um pequeno desnível e texturas diferentes de asfalto, condição que incomoda os frequentadores. Bárbara Torres, 25, vai ao local 3 vezes na semana há 4 anos e reclama que pequenas pedras ficaram soltas na pista em consequência da reforma. A estudante gosta de patinar e já viu pessoas caindo e se machucando por conta resíduos de asfalto "Eu ando de patins e já deixei de vir aqui porque tenho medo de tropeçar nas pedras soltas e me machucar.", relatou.
A servidora pública Paula Carolina Andrade, 36, sempre achou perigoso a união de ciclistas e pedestres em uma única pista
Paula Carolina Andrade, 36, corre sempre que pode e reparou no atraso das obras. A servidora pública sempre achou perigoso a união de ciclistas e pedestres em uma única pista. "Já vi acidentes com crianças, a ideia da obra é muito boa mas está muito bagunçado", conta. Ela voltou a frequentar o parque há duas semanas e percebeu também o desnível da antiga pista reformada. "Incomoda principalmente para quem está correndo. Você pode se lesionar ao pisar errado." queixou.

Segundo a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, assim que os reparos na antiga faixa terminarem a mesma receberá uma camada de acabamento, que a tornará uniforme.O administrador conta que essas reclamações foram recorrentes mas isso faz parte do processo e a finalização vai resolver essa falha. "Não há como realizar esse procedimentos por partes, quando acabarmos a restauração uma máquina vai finalizar o processo.", afirmou.

Curiosidades do parque

O Parque da Cidade Sarah Kubitschek, fundado em 1978, é considerado o maior parque urbano da América Latina com 420 hectares. Quadras de vôlei de praia, futebol, pista de cooper, parque de diversões e lago artificial integram a área que é considera patrimônio de Brasília. O projeto arquitetônico foi desenvolvido pelo Oscar Niemeyer e Lúcio Costa é responsável pelas áreas urbanas. Antigamente era chamado de Parque Rogério Pithon Farias, em homenagem ao filho do governador Elmo Serejo de Farias, que morreu em um acidente de carro. Em média, 30 mil pessoas circulam no local durante a semana.

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