postado em 03/03/2016 06:02
A servidora pública Regina de Araújo Campos, 42 anos, não se cansa de dar recomendações à filha, Luísa Campos Carvalho, 13. Ela busca a menina no colégio três vezes na semana; no entanto, tem dois dias em que Luísa volta de van escolar. ;Quase todo dia falo para ela: atravessar somente na faixa; olhar para todos os lados, atentamente; observar se os carros não estão dando ré, saindo da vaga;, enumerou. Ao contratar a empresa de transporte, Regina pediu toda a documentação. Porém, no dia a dia, prevalece a preocupação. ;Falei com a empresa, vi tudo, mas não sabemos como é ali, na rotina, se cobram cinto, essas coisas. Vai depender da consciência da minha filha;, ponderou a servidora.
Com a criançada de volta às aulas, o trânsito se torna um dos principais vilões. Engarrafamentos, pressa para chegar no horário, faixa de pedestres, cinto de segurança, cadeirinha, veículos com documentação em dia, há uma verdadeira maratona de itens a serem observados para garantir a segurança e o bem-estar de todos. Até 10 de março, o Departamento de Trânsito do Distrito Federal (Detran-DF) fará várias ações, com diversas atividades educativas em escolas e vias da capital. Hoje, a campanha de volta às aulas estará nas proximidades da 912 Sul.
Seis das 10 ações serão realizadas em escolas, duas são voltadas para o Dia Internacional da Mulher e uma dirigida aos ciclistas. De acordo com o Detran, o trânsito não necessita somente de leis e normas, mas também de amor à vida, solidariedade, respeito e amor ao próximo. As atividades nas escolas abordarão a educação no trânsito por meio de brincadeiras com as crianças e distribuição de mochilas com caderno e estojo. Para a diretora de Educação no Trânsito, Gláucia Simões, é importante que os pais tenham cuidado redobrado porque, no interior do carro, as crianças são as maiores vítimas. ;É importante prezar pelo cinto, pela cadeirinha até os 4 anos, pelo uso da cadeirinha de elevação até os 7. E, caso a criança seja de baixa estatura, é importante prorrogar o uso até os 10 anos;, aconselhou.
O Detran disponibiliza um número de telefone para pais e responsáveis buscarem informações sobre as empresas de transporte escolar. Ronaldo Rodrigues, 37, está há quatro anos no mercado e aponta a falta de recuo na porta das escolas como uma das principais dificuldades. ;Acaba que não tem um ponto fixo e seguro para pararmos e as crianças descerem. Precisamos ficar em locais irregulares ou nos revezar com outras vans. Mas, aqui dentro da van, a segurança é sempre cobrada;, afirmou o empresário.
O momento do embarque e do desembarque na porta das escolas também é um momento importante. Demanda atenção dos pais ou responsáveis. O antropólogo Luiz Eduardo Abreu, 50, toma todos os cuidados, inclusive na hora de estacionar. A preocupação, além da segurança dele e do filho Carlos, 6, inclui também os outros pais. Luiz sempre para o carro em locais mais calmos e que não atrapalhem a passagem dos outros carros. ;A cadeirinha é para que, caso algo aconteça, estejamos prevenidos, mas uso na expectativa de que não haja nada. Independentemente da fiscalização, a cadeirinha envolve a segurança dele (do filho);, explicou Luiz.
No Brasil, 31% das crianças morrem no interior do veículo em acidentes de trânsito. A cadeirinha reduz os riscos de lesões graves e de morte em uma colisão.
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