postado em 06/03/2016 08:03
Quem vê, todos os dias, as duas inseparáveis crianças com uniforme escolar pegando o ônibus das 6h, que parte de Samambaia em direção a Taguatinga, nem imagina o quanto essa união já rendeu conquistas para os irmãos. Aos 10 e 12 anos, respectivamente, Marcos Vinícius e Maria Eduarda dos Santos são donos de um acervo que guardam em duas sacolinhas de plástico e precisam de esforço para carregar: ela ganhou 26 medalhas em competições de caratê locais, regionais, nacionais e internacionais e ele, 22. Assim como no ônibus para a escola, nas aulas e nos treinos, eles participaram juntos da maioria das disputas. Agora, mais unidos que nunca, o objetivo dos dois está do outro lado do globo: o Campeonato Mundial de Caratê Interestilos. Este ano, o evento será em junho, na cidade de Dublin, na capital irlandesa.
A família não tem condições de arcar com as despesas, que chegam a quase R$ 30 mil. O valor é correspondente ao pacote oferecido pela Confederação Brasileira de Karate Interestilos (CBKI) para levar filhos e mãe à Irlanda. Segundo Valéria de Jesus, a mãe, a Secretaria de Esportes do Distrito Federal, por meio do programa Compete Brasília, ofereceu as passagens, mas a CBKI não fornece os outros itens do pacote de forma separada. ;Eles nos disseram que, se fôssemos para a Irlanda com as passagens da secretaria, não poderíamos aproveitar a alimentação, a hospedagem e os outros serviços que os outros atletas teriam, e ficaríamos perdidos em um país estranho.; A dona de casa conta que preferiu não arriscar.
A alternativa é buscar patrocínio de empresas, fazer vaquinhas na internet e pedir apoio de colegas próximos, como ocorreu em outra oportunidade. Mas, até agora, a arrecadação não prosperou. ;Já aconteceu de eu tentar mandá-los para um mundial em Las Vegas, mas não consegui juntar a quantia ou doações suficientes;, conta Valéria.
De berço
A mãe de Marcos Vinícius conta que ele praticamente trocou as fraldas pelo tatame. Ainda bebê, aos 2 anos, começou a treinar na escola onde estudava com a irmã, em Taguatinga. Não demorou para que Maria Eduarda, que fazia aulas de jazz, se inspirasse no irmão e desse início à ainda curta, mas frutífera carreira de carateca. ;Eu mesma escolhi trocar a dança pela luta e não me arrependi. No caratê, aprendi várias outras coisas, como coordenação motora e disciplina. Isso me ajudou com as notas na escola e a obediência em casa;, conta a menina. Para Marcos Vinícius, o benefício maior veio na forma de amizades. ;A grande maioria das pessoas que são minhas amigas hoje, eu conheci nas artes marciais.;
Para ajudar
Valéria de Jesus ; 8267-9337 ou 8476-6506
Caixa Econômica Federal ;
Conta-poupança
Agência 1556
Operação 013
Conta 21631-1
Na internet
facebook.com/competidoresdf
kickante.com.br/campanhas/mundial-de-karate-na-irlanda
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