Otávio Augusto
postado em 08/03/2016 20:10
O medo da dengue no Entorno se traduz em número: 6.318 doentes em 10 municípios próximos ao Distrito Federal. Em sete dias, 1.371 pessoas contraíram a infecção ; alta de 27,7%. A expansão tem obrigado os moradores dessas regiões a procurarem atendimento na capital da República. Levantamento feito pelo Correio mostra que 8,2% do total de notificações do estado vizinho ocorrem aqui. Em algumas cidades, o indicador ultrapassa 40%, como Águas Lindas, onde 187 dos 422 registros receberam diagnóstico nos hospitais públicos do DF. O estado vizinho divulgou os números de dengue dos dois primeiros meses de 2016. Contabiliza 42.563 casos ; alta de 17,3% em relação ao mesmo período do ano passado.
Os hospitais de Brazlândia, Planaltina, Santa Maria e Gama receberam o maior volume de pacientes do Entorno. Os municípios atribuem o movimento à falta de kits para exames. O Executivo local diz que a demanda ;sobrecarrega; o sistema. ;Quando o paciente tem diagnóstico de dengue, ele recebe todo o tratamento necessário na rede pública de saúde do DF;, detalha nota da Secretaria de Saúde.
No Novo Gama, a 41km de Brasília, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde diz que não recebe o insumo desde dezembro de 2015. ;Este ano não recebemos o kit, mas não paramos de diagnosticar. O acesso é difícil aqui também, mas não faltam médicos. Muita gente procura o DF porque trabalha aí;, explica Tânia Brandão, secretária de Saúde do Novo Gama. A história se repete em Águas Lindas, Luziânia e Padre Bernardo.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás garante, porém, que não faltou teste para a detecção de dengue. Atualmente, o estado vizinho usa em média 40 kits por mês, o que possibilita o diagnóstico de 3.840 exames, uma vez que cada kit é capaz de realizar 96 testes. ;Não tivemos interrupção na realização dos exames;, explica nota enviada pela pasta. Segundo o órgão, o governo goiano comprou 180 kits e recebeu outras 40 unidades do governo federal.
Em outubro do ano passado, o Ministério da Saúde informou aos estados que o processo licitatório para aquisição de kits para diagnóstico de dengue havia fracassado e que, por isso, o fornecimento ficaria interrompido por aproximadamente três meses. No mês passado, a autarquia federal adquiriu mil kits o que seria suficiente até abril. ;As secretarias de saúde têm autonomia para complementar a oferta conforme preferências do gestor;, ressalta nota.
Aumento dos casos
Luziânia (2.301), Cidade Ocidental (724), Formosa (711), Santo Antônio do Descoberto (694) e Valparaíso (640) estão no ranking das 10 cidades com o maior índice de contaminações em Goiás. Vinte e uma mortes associadas a dengue estão em investigação. Sete são no Entorno. O problema é maior em 62 municípios onde há o alto risco de contaminação. Em outros 87 locais, as autoridades sanitárias estão em alerta para a incidência do Aedes aegypti. A Cidade Ocidental, distante 45km de Brasília, por exemplo, está na nona posição no levantamento que indica onde há a maior incidência do inseto.
Leonardo Vilela, secretário estadual de Saúde de Goiás, garante que o trabalho de combate deve atenuar os problemas nos próximos meses. ;Nós começamos há pouco tempo. O ciclo de vida do mosquito é de 30 a 45 dias. Se nos meses de janeiro e fevereiro eliminamos 56 mil criadouros, isso pode significar que deixaram de nascer até 56 milhões de mosquitos, visto que uma única fêmea pode originar, dependendo das condições, mais de 1.000 mosquitos.;
Para o especialista em doenças infectocontagiosas Eduardo Espíndola, a evolução da dengue em Goiás indica que o estado vai superar o recorde de infecções registrados em 2015: 163.117 ocorrências. ;O aumento tem atingido municípios que não têm histórico de muitos casos. Isso mostra que o controle ainda não está surtindo efeito. Na região metropolitana de Goiânia e no Entorno do DF, é esperada essa alta, mas em cidades menos urbanizadas isso gera alerta;, explica o estudioso.
Na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás confirmou que o sorotipo 3 voltou a circular. O registro de dois casos em Santo Antônio do Descoberto, distante 40km de Brasília, acendeu o sinal vermelho, pois mais pessoas podem ficar doentes. ;Temos os quatro vírus circulando no estado, o que é uma situação inédita e preocupante;, justifica Vilela.
Os hospitais de Brazlândia, Planaltina, Santa Maria e Gama receberam o maior volume de pacientes do Entorno. Os municípios atribuem o movimento à falta de kits para exames. O Executivo local diz que a demanda ;sobrecarrega; o sistema. ;Quando o paciente tem diagnóstico de dengue, ele recebe todo o tratamento necessário na rede pública de saúde do DF;, detalha nota da Secretaria de Saúde.
No Novo Gama, a 41km de Brasília, por exemplo, a Secretaria Municipal de Saúde diz que não recebe o insumo desde dezembro de 2015. ;Este ano não recebemos o kit, mas não paramos de diagnosticar. O acesso é difícil aqui também, mas não faltam médicos. Muita gente procura o DF porque trabalha aí;, explica Tânia Brandão, secretária de Saúde do Novo Gama. A história se repete em Águas Lindas, Luziânia e Padre Bernardo.
A Secretaria Estadual de Saúde de Goiás garante, porém, que não faltou teste para a detecção de dengue. Atualmente, o estado vizinho usa em média 40 kits por mês, o que possibilita o diagnóstico de 3.840 exames, uma vez que cada kit é capaz de realizar 96 testes. ;Não tivemos interrupção na realização dos exames;, explica nota enviada pela pasta. Segundo o órgão, o governo goiano comprou 180 kits e recebeu outras 40 unidades do governo federal.
Em outubro do ano passado, o Ministério da Saúde informou aos estados que o processo licitatório para aquisição de kits para diagnóstico de dengue havia fracassado e que, por isso, o fornecimento ficaria interrompido por aproximadamente três meses. No mês passado, a autarquia federal adquiriu mil kits o que seria suficiente até abril. ;As secretarias de saúde têm autonomia para complementar a oferta conforme preferências do gestor;, ressalta nota.
Aumento dos casos
Luziânia (2.301), Cidade Ocidental (724), Formosa (711), Santo Antônio do Descoberto (694) e Valparaíso (640) estão no ranking das 10 cidades com o maior índice de contaminações em Goiás. Vinte e uma mortes associadas a dengue estão em investigação. Sete são no Entorno. O problema é maior em 62 municípios onde há o alto risco de contaminação. Em outros 87 locais, as autoridades sanitárias estão em alerta para a incidência do Aedes aegypti. A Cidade Ocidental, distante 45km de Brasília, por exemplo, está na nona posição no levantamento que indica onde há a maior incidência do inseto.
Leonardo Vilela, secretário estadual de Saúde de Goiás, garante que o trabalho de combate deve atenuar os problemas nos próximos meses. ;Nós começamos há pouco tempo. O ciclo de vida do mosquito é de 30 a 45 dias. Se nos meses de janeiro e fevereiro eliminamos 56 mil criadouros, isso pode significar que deixaram de nascer até 56 milhões de mosquitos, visto que uma única fêmea pode originar, dependendo das condições, mais de 1.000 mosquitos.;
Para o especialista em doenças infectocontagiosas Eduardo Espíndola, a evolução da dengue em Goiás indica que o estado vai superar o recorde de infecções registrados em 2015: 163.117 ocorrências. ;O aumento tem atingido municípios que não têm histórico de muitos casos. Isso mostra que o controle ainda não está surtindo efeito. Na região metropolitana de Goiânia e no Entorno do DF, é esperada essa alta, mas em cidades menos urbanizadas isso gera alerta;, explica o estudioso.
Na semana passada, a Secretaria Estadual de Saúde de Goiás confirmou que o sorotipo 3 voltou a circular. O registro de dois casos em Santo Antônio do Descoberto, distante 40km de Brasília, acendeu o sinal vermelho, pois mais pessoas podem ficar doentes. ;Temos os quatro vírus circulando no estado, o que é uma situação inédita e preocupante;, justifica Vilela.
Alerta
Veja casos de dengue no Entorno que foram notificados no DF
Águas Lindas
Casos: 422
Notificações no DF:187
Porcentagem: 44,3%
Santo Antônio do Descoberto
Casos: 694
Notificações no DF:49
Porcentagem: 7%
Novo Gama
Casos: 159
Notificações no DF:20
Porcentagem: 12,5%
Valparaíso
Casos: 640
Notificações no DF:32
Porcentagem: 5%
Cidade Ocidental
Casos: 724
Notificações no DF:50
Porcentagem: 6,9%
Luziânia
Casos: 2.301
Notificações no DF: 99
Porcentagem: 4,3%
Planaltina de Goiás
Casos: 190
Notificações no DF: 3
Porcentagem: 1,5%
Formosa
Casos: 711
Notificações no DF: 3
Porcentagem: 0,4%
Cristalina
Casos: 70
Notificações no DF: 2
Porcentagem: 2,8%
Padre Bernardo
Casos: 407
Notificações no DF: 74
Porcentagem: 18,1%
Total em 10 municípios do Entorno
Casos: 6.318
Notificações: 519
Porcentagem: 8,2%
Fontes: Secretaria Estadual de Saúde (GO) e Secretaria de Saúde (DF)
Casos: 422
Notificações no DF:187
Porcentagem: 44,3%
Santo Antônio do Descoberto
Casos: 694
Notificações no DF:49
Porcentagem: 7%
Novo Gama
Casos: 159
Notificações no DF:20
Porcentagem: 12,5%
Valparaíso
Casos: 640
Notificações no DF:32
Porcentagem: 5%
Cidade Ocidental
Casos: 724
Notificações no DF:50
Porcentagem: 6,9%
Luziânia
Casos: 2.301
Notificações no DF: 99
Porcentagem: 4,3%
Planaltina de Goiás
Casos: 190
Notificações no DF: 3
Porcentagem: 1,5%
Formosa
Casos: 711
Notificações no DF: 3
Porcentagem: 0,4%
Cristalina
Casos: 70
Notificações no DF: 2
Porcentagem: 2,8%
Padre Bernardo
Casos: 407
Notificações no DF: 74
Porcentagem: 18,1%
Total em 10 municípios do Entorno
Casos: 6.318
Notificações: 519
Porcentagem: 8,2%
Fontes: Secretaria Estadual de Saúde (GO) e Secretaria de Saúde (DF)