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Detran-DF registra redução de 40% em óbitos após acidentes no trânsito

Apesar de ter um dia a mais este ano, fevereiro registrou redução de 40% nos óbitos, se comparado ao mesmo período de 2015.

postado em 11/03/2016 07:06
Somente nos meses de janeiro e fevereiro deste ano, o Detran realizou 217 operações de fiscalização pelas ruas do Distrito Federal

O número de mortes no trânsito no Distrito Federal caiu 40% em fevereiro deste ano, se comparado ao mesmo mês de 2015. No período, os óbitos despencaram de 33 para 20. A redução é a menor registrada nos meses de fevereiro e a terceira nas estatísticas gerais, segundo o Departamento de Trânsito do DF (Detran). A marca só não supera as ocorrências dos meses de agosto de 2000 e setembro de 2015, quando houve 19 mortes em cada um dos períodos. Em 2015, a capital já havia alcançado um outro recorde: contabilizou o menor número de óbitos no trânsito dos últimos 20 anos.


Representantes do órgão de trânsito e especialistas atribuem a redução à intensificação do trabalho de fiscalização e das ações educativas realizadas nos últimos anos. De acordo com o Detran, só em 2015, a Diretoria de Educação de Trânsito promoveu 470 atividades, além de nove campanhas veiculadas na mídia. A Diretoria de Policiamento e Fiscalização de Trânsito, por sua vez, fez 1.318 operações e autuou cerca de 14 mil condutores alcoolizados. A força-tarefa resultou em 24.057 veículos apreendidos. Nos últimos dois meses, a autarquia esteve à frente de 217 operações de fiscalização e 74 atividades educativas.

Na avaliação do diretor-geral do Detran, Jayme Amorim, as medidas implementadas pela autarquia visam coibir práticas perigosas, sobretudo a ingestão de álcool antes de dirigir. ;Sabemos que a combinação de álcool e volante aumenta o risco de acidentes. Mas é importante ressaltar que a questão da segurança no trânsito decorre das ações preventivas nos seguintes pilares: educação, engenharia e fiscalização. A educação, como forma de conscientizar para a direção defensiva; a engenharia, oferecendo boas condições de mobilidade e sinalização nas vias; e a fiscalização, no sentido de coibir aqueles que, mesmo tendo conhecimento da legislação, insistem em desrespeitá-la.;

Embora os dados sobre a letalidade no trânsito apresentem uma tendência decrescente, o gestor defende que os esforços para proporcionar a segurança de pedestres, motoristas e ciclistas sejam uma luta contínua. ;As ações não param. O caminho é atuar para reduzir cada vez mais os índices de acidentes.;

Gargalos

Apesar de concordar que ações educativas contribuem para a redução de mortes no trânsito, Flávio Dias, pesquisador do Centro Interdisciplinar de Estudos em Transportes (Ceftru) da Universidade de Brasília (UnB), relaciona a queda nos acidentes ao gargalo que hoje afeta as grandes metrópoles: os engarrafamentos. ;Quanto mais o trânsito fica engarrafado, menos chance de acidentes haverá. As ações de conscientização são importantes? São. Mas isso por si só não resolverá o problema;, pontua. Em sua visão, a carência de engenharia preventiva, contudo, é um fator que contribui para engrossar as estatísticas de óbitos. ;É um problema visto no Brasil, inclusive em Brasília, que foi planejada.;

Para Paulo César Marques , professor de engenharia de trânsito da UnB, a retração no índice de letalidade registrado em fevereiro é reflexo de ações continuadas e não representam ruptura. ;Considerando que, este ano, fevereiro teve um dia a mais, a redução é significativa. Mas não devemos comemorar, uma vez que não houve medidas de engenharia que propiciaram grandes mudanças no cenário. Podemos dizer que os fatores que influenciaram foram as ações cotidianas de campanhas e também de fiscalização, por meio de novas estratégias de inteligência;, salienta.

Atuação

Nos primeiros dois meses de 2016 houve:
; 217 operações de fiscalização
; 24.057 veículos apreendidos
; 74 atividades educativas

Melhor resultado em 20 anos

2015 registrou o menor número de mortes em acidentes de trânsito dos últimos 20 anos: foram 335 óbitos contra 642 em 1995. Com uma frota de 1,6 milhão de veículos, o DF teve uma morte para 4.841 veículos, no ano passado. Em 1995, quando o uso do cinto de segurança se tornou obrigatório, o índice foi de uma morte para cada 669 veículos ; 652 mortes para uma frota de 436 mil veículos.

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