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Ex-governadores do DF, Agnelo e Arruda são citados na Lava-Jato

Sérgio Cabral, Eduardo Braga e o senador Omar Aziz também são citados no processo

postado em 14/03/2016 06:00
Sérgio Cabral, Eduardo Braga e o senador Omar Aziz também são citados no processo
Os ex-governadores do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (ex-DEM), estariam na lista de cinco acusados de receberem propina da construtora Andrade Gutierrez. A informação foi divulgada pela revista Veja, veiculada no último sábado. A matéria afirma que, de acordo com a delação premiada de Otávio Azevedo, ex-presidente da empresa investigada pela Lava-Jato, os políticos teriam recebido cerca de R$ 2 bilhões pela construção do Estádio Nacional Mané Garrincha.

[SAIBAMAIS]Azevedo, em seu depoimento à Procuradoria-Geral da República, disse que a ;comissão; seria uma forma de garantir as vantagens da construtora durante as obras para a preparação da Copa do Mundo de 2014.

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A prática era recorrente, segundo delação de Otávio Azevedo: ;Pagar propina por obras do governo petista (de Lula e Dilma) era regra de qualquer setor, e não uma anomalia apenas da Petrobras;. A Andrade Gutierrez está entre as empresas envolvidas na Operação Lava-Jato, que descobriu o cartel de empreiteiras que dividiam contratos de obras na Petrobras e pagavam comissões ao Partido dos Trabalhadores (PT). No caso do Mané Garrincha, a empresa de Azevedo dividiu a responsabilidade da obra com a Via Engenharia.

Sérgio Cabral (ex-governador do Rio de Janeiro), Eduardo Braga (ex-governador do Amazonas e atual ministro de Minas e Energia) e o senador Omar Aziz são os três outros políticos citados por Otávio Azevedo. O delator mencionou ainda Ricardo Berzoini, ministro da Coordenação Política, como o responsável por receber propina pelos contratos governamentais. O depoimento indicaria, inclusive, a tabela de cálculo das ;comissões;, que variavam de 1% a 5%. De acordo com a reportagem, Erenice Guerra, ex-chefe da Casa Civil do ex-presidente Lula e Antônio Palocci, ex-chefe da Casa Civil da presidente Dilma Rousseff, também fariam parte das negociatas.

O estádio de Brasília é considerado o terceiro mais caro do mundo. Em 2014, um relatório do Tribunal de Contas do Distrito Federal descobriu indícios que apontavam irregularidades na obra. Orçado, em um primeiro momento, em R$ 700 milhões, o valor final do estádio foi de R$ 1,7 bilhão. À época, o documento afirmava que pelo menos R$ 431 milhões do custo total da empreitada eram superfaturados.

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