Cidades

Policiais acusados de matar "Amarildo do DF" se entregam à corregedoria

Eles eram considerados foragidos por não terem se apresentado às autoridades policiais após o pedido de prisão preventiva feio pelo Tribunal de Justiça do Distrito Federal. Os sargentos Silvano Dias de Sousa e Carlos Roberto José Pereira passaram por exames no Instituto de Medicina Legal (IML)

postado em 14/03/2016 14:53
Antônio Pereira de Araújo ficou conhecido como Amarildo do DF devido o caso ser parecido com o ocorrido no Rio de Janeiro
Os dois policiais militares acusados de torturar até a morte Antônio Pereira de Araújo, o ;Amarildo do DF;, se apresentaram à corregedoria da corporação e foram presos por volta das 4h desta segunda-feira (14/3). Os sargentos Silvano Dias de Sousa e Carlos Roberto José Pereira passaram por exames no Instituto de Medicina Legal (IML) da Polícia Civil e já estão no 19; Batalhão de Polícia Militar que fica dentro do Complexo Penitenciário da Papuda.
De acordo com a Polícia Civil, os militares passaram pelo IML por volta das 6h e posteriormente foram conduzidos ao presídio militar onde ficarão à disposição da Justiça. Eles eram considerados foragidos por não terem se apresentado às autoridades policiais após o pedido de prisão preventiva do Tribunal de Justiça do Distrito Federal.
O crime aconteceu em maio de 2013. Segundo desembargadores, o pedido aconteceu em razão de os militares estarem exercendo influência dentro da PM para sonegar informações. Os magistrados esclareceram que eles chegaram a forjar documentos e ameaçar testemunhas.
Entenda o caso

A vítima desapareceu em 27 de maio de 2013, depois de ser abordada por PMs dentro da chácara de um sargento, no Córrego do Atoleiro, no Arapoanga. Ele foi tratado como suspeito de invadir o imóvel, e, por isso, encaminhado à delegacia. Depois disso, nunca mais foi visto. Os restos mortais de Araújo foram encontrados quase seis meses depois do sumiço dele, em 21 de novembro, em uma área de cerrado no Setor Residencial Leste.

Segundo informações da Polícia Militar, Antônio teria sido conduzido à 31; Delegacia de Polícia (Planaltina) e liberado em seguida, por não ter antecedentes criminais. Contudo, não há nenhum documento que comprove a passagem dele pela unidade policial. Segundo levantamentos feitos pelo Correio na época, existiam contradições entre as histórias contadas pela PMDF e pela PCDF.

O auxiliar de serviços gerais foi visto pela última vez pela mãe, a aposentada Felícia Pereira Araújo, 70 anos. Ele deixou a casa dela por volta das 14h de 26 de maio para se encontrar com o irmão em uma casa a 800 metros de onde ele estava. Ele pretendia assistir ao jogo entre o Santos e o Flamengo, mas não apareceu.
As próximas notícias sobre o paradeiro dele viriam apenas no dia seguinte. Mas, as circunstâncias em que ele foi encontrado dividiram opiniões. Antônio de Araújo foi flagrado por volta das 4h40 nas terras do sargento Valdemiço Salustriano de Souza, sem camisa e de bermuda. Ele apresentava um arranhão nas costas e sinais de embriaguez, segundo os depoimentos dos PMs.

Percebendo a gravidade do caso, a Comissão de Direitos Humanos do Senado Federal solicitou que fosse dada atenção especial e tratamento de urgência. Na época, a então presidente da comissão, a senadora Ana Rita (PT-ES), organizou uma reunião com o então secretário de Segurança Pública do DF, Sandro Avelar, e encaminhou ofícios para as polícias Civil e Militar, cobrando uma solução. Esse episódio aconteceu 165 dias depois do desaparecimento de Antônio de Araújo.

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