Otávio Augusto
postado em 20/03/2016 08:10
Doenças infecciosas causam pânico, preocupação e exigem cada vez mais da ciência e das autoridades sanitárias. Há situações consideradas endêmicas, ou seja, constantes em determinada população. No DF, pelo menos oito infecções têm feito parte da rotina da saúde pública nos últimos 10 anos. O primordial, segundo infectologistas, é manter um monitoramento contínuo. Entretanto, os boletins epidemiológicos na página da Secretaria de Saúde estão desatualizados.Na última década, oito doenças fizeram mais de 7,5 mil vítimas (Veja arte). Algumas infecções mantêm estável o número de casos, como a tuberculose; outras, a exemplo da malária, tiveram aumento, entre 2014 e 2015, de até 66%. ;As doenças que se tornaram endêmicas, normalmente, no passado, não tiveram combate adequado. Durante um surto, alguma região ficou desfavorecida no trabalho de contenção, e isso deixou condições favoráveis para a bactéria ou o vírus;, explica Eduardo Espíndola, especialista em doenças infectocontagiosas.
Cinco doenças tiveram alta em 2014. A hanseníase subiu 47%; a leishmaniose visceral, 266%; a tegumentar, 4.100%; a tuberculose, 16%; e a coqueluche, 102,5%. Eduardo analisou os números da série história e alerta: o controle pode estar falho. ;A tendência das doenças endêmicas é manter uma linearidade. Quando há um aumento significativo, como o analisado, é possível que tenham havido interrupções ou recuos na vigilância;, conclui.
Nos dois primeiros meses do ano, 32 pessoas tiveram hanseníase no DF. Outras 33 contraíram tuberculose. Três adquiriram malária ; 15% do total registrado no ano passado. Para especialistas, tudo precisa ser radicalmente ampliado: atendimento médico, treinamento de profissionais de saúde, controle de infecção, rastreamento das pessoas que tiveram contato com as infectadas, vigilância epidemiológica, sistemas de alerta e referência, mobilização comunitária e educação sanitária. ;Tínhamos acabado com a dengue, e ela voltou na forma endêmica. Um surto não debelado se torna um endemia. O mais importante é fazer o monitoramento para ver a frequência;, avalia o infectologista Julival Ribeiro.
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