Cidades

Construção civil estima fechamento de 192 mil postos de trabalho no DF

Com medo do atual cenário econômico, o brasiliense teme investir em imóveis. Segmento trabalha para restabelecer o equilíbrio entre oferta e procura

postado em 30/03/2016 07:48
Sem obra, não há emprego para o pedreiro, para o engenheiro civil, muito menos para o mestre de obras. De 2013 para cá, o setor da construção civil da capital passou por reduções significativas em toda a cadeia produtiva. No fim de tudo, o maior impacto é sentido no fechamento de postos de trabalho. São quase 280 mil desempregados nos últimos três anos, de acordo com levantamento do Sindicato da Construção Civil do DF (Sinduscon-DF). Em cenário mais recente, a conta também desanima. A Associação de Empresas do Mercado Imobiliário do DF (Ademi) estima 192 mil empregados atingidos pela recessão.

Josenildo trabalha na área há 23 anos e nunca viu cenário tão ruim

Segundo o presidente do Sinduscon-DF, Luiz Carlos Botelho, uma forma clara de avaliar a atual situação é fazer um comparativo com relação ao número de postos de trabalhos diretos e indiretos, desde 2013. ;Naquele ano, de acordo com o índice mínimo, que é de três vagas por emprego direto, nós dispúnhamos de 90 mil empregos na construção civil, e cerca de 270 mil empregos indiretos, que são aqueles de vendedor de material para obra, fornecedores, etc., ou seja, um total de 360 mil vagas. Hoje, no quadro que temos, são 20 mil postos diretos e 60 mil indiretos;, revela Botelho.

E as expectativas são ainda piores. A previsão do setor é de que os empregos sejam reduzidos um pouco mais. ;Se tudo se mantiver como está, os postos poderão cair para 12 mil até agosto.; Para Botelho, é preciso restabelecer o equilíbrio entre a oferta e a procura. ;O segmento está trabalhando fortemente para melhorar isso, por meio da legislação, e trabalhando para que a conjuntura mude e mostre uma perspectiva de rompimento do ciclo negativo econômico nacional.; Uma das formas, segundo ele, seria o reaquecimento das obras públicas, o aumento das particulares, comerciais ou habitacionais. ;Está tudo paralisado.;



Há 23 anos na área, Josenildo da Silva recorda os bons tempos. Até 2014, segundo ele, as ligações em busca de orçamento ou serviço eram frequentes. De lá para cá, o negócio só piora, mesmo para quem tem a vantagem de ter um curso superior. ;Não está ruim, está horrível. Está pior do que se imagina. Quase impossível trabalhar em obra;, lamenta o engenheiro civil. Josenildo tinha um emprego fixo e rentável, até o ano passado, em uma empresa de construção. Porém, há mais de um ano, a firma não consegue pegar uma obra sequer para tocar. O reflexo disso é sobra de mão de obra no mercado. ;Para conseguir alguma coisa, tive que aceitar um outro serviço, sem direitos trabalhistas, o que não é certo. Trabalhei muitos anos somente em Águas Claras, em várias obras, mas, agora, tenho que procurar em outros lugares e até fora de Brasília. Mando currículo e as empresas respondem que já receberam outros 500, 600. É bem difícil.;

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