A Polícia Civil do Distrito Federal prendeu na manhã de ontem, um homem de 38 anos, acusado de molestar a enteada. Atualmente a menina tem 10 anos e, de acordo com a Delegacia de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA), o padrasto abusava sexualmente da criança desde os oito. Na segunda-feira, a garota relatou o fato para a professora da escola onde estuda, e a profissional procurou o Conselho Tutelar de Ceilândia, cidade onde a criança mora com a família, para denunciar o padrasto da vítima. Após o relato, o conselho apresentou o caso à polícia que acionou a Justiça e conseguiu o pedido de prisão preventiva.
O homem, que não teve o nome divulgado para proteger a identidade da criança, trabalha em uma loja de material de construção e morava com a vítima e a mãe dela há sete anos.
Em depoimento, a menina teria confirmado que sofria abusos. O delegado-chefe da DPCA, Wisllei Salomão, responsável pela investigação, disse que a criança contou que gostava muito do padrasto, mas ele fazia coisas erradas com ela. ;A investigação aponta que os abusos tiveram início quando a mãe estava grávida de um dos filhos do casal. Ele aproveitava a ausência da mulher em casa para praticar o ato;, explicou. ;Ela falou ainda que recebia R$ 5 para o lanche do colégio como gratificação;, acrescenta Salomão.
Ameaças psicológicas
Na delegacia especializada, o acusado confessou o crime e disse tê-lo cometido pelo menos cinco vezes porque ;a menina teria se insinuado; para ele. O titular da DPCA informou também que a criança era ameaçada psicologicamente pelo homem: ;Dizia que se ela contasse para alguém ele seria preso e, se o pai dela descobrisse, pediria a guarda definitiva. Dessa forma, ela nunca mais veria a mãe nem os irmão, e moraria na rua;.
As investigações apontam que o primeiro abuso ocorreu quando a mãe foi fazer um exame pré-natal. O acusado têm três filhos com a mãe da menina ; um de 2 anos, outro de 4 e o bebê de 7 meses. ;O homem não tinha antecedentes criminais e não há suspeita de que ele possa ter abusado dos outros filhos;, ressalta.
Agora, o Conselho Tutelar está oferecendo medida protetiva e apoio à família. ;Queremos que as pessoas denunciem casos como esse saibam que não ficarão desamparadas e que o agressor será punido. Existem programas sociais governamentais de apoio à criança que sofre a violência e também para toda a família da vítima;, afirma o delegado.
Até o fechamento desta edição, a polícia ainda não havia tomado o depoimento da mãe da vítima. O homem vai responder por estupro de vulnerável, com pena de oito a 15 anos em regime fechado, que pode ser agravada por ele ser padrasto e ter cometido o ato várias vezes.
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