postado em 07/04/2016 06:02
Quem ouve falar em pessoas com altas habilidades normalmente imagina gênios dotados de superpoderes. Esse estereótipo, no entanto, nem sempre condiz com a realidade, pelo contrário. Os estudantes com superdotação normalmente têm aptidões mais desenvolvidas em determinadas áreas e, em outras, apresentam o rendimento esperado para a idade. Em sala de aula, é importante que eles recebam acompanhamento adequado ou podem inclusive ter notas abaixo da média.
No total, a rede pública de ensino do DF atende a 1.821 estudantes em 24 escolas que oferecem salas de recurso para pessoas com altas habilidades. O serviço completa 40 anos este ano. A professora Liliane Bernardes, apoio técnico na Gerência de Políticas para Atendimento aos Estudantes com Deficiências Sensoriais, Altas habilidades e Superdotação da SEDF, explica que as salas são divididas por áreas de interesse do aluno, como robótica, literatura e matemática. Ele frequenta o local no turno contrário ao que está matriculado no ensino regular, entre uma e duas vezes por semana. Lá, também desenvolve habilidades socioemocionais, pois tem a possibilidade de dialogar com os colegas num mesmo patamar.
Até que se chegue ao diagnóstico, o caminho pode ser sofrido. O trabalho na sala de recurso tem como foco mostrar que a diferença dessas crianças não é um problema. Segundo Liliane, esse atendimento costuma ser suficiente, são poucos os casos de estudantes que precisam ser encaminhados algum tipo de tratamento especializado, até porque um psicólogo da secretaria atua nas salas. Ela destaca ainda que a intenção da sala de recursos é trabalhar as potencialidades, não se trata de reforço escolar. Os estudantes trabalham projetos sobre determinados assuntos e fazem um estudo avançado, que se aproxima de um trabalho de iniciação científica.
Troca
A professora Mônica de Oliveira Tavares, responsável pela sala de recursos da Escola Classe 111 Sul, ressalta que o local é um espaço de compartilhamento. ;A sala oportuniza uma troca de conhecimentos. E todas as vezes que eles vêm, fazem algo novo;, conta. O atendimento envolve alunos da educação infantil ao 5; ano do ensino fundamental e, muitas vezes, estudantes de diferentes faixas etárias desenvolvem atividades juntos. Um dos grupos de alunos atendido atualmente é formado pelos estudantes Eduardo Fiorese e Bianca Alves de Lanna Fiuza, ambos de 9 anos, e Ana Caroline Souza de Oliveira, 10.