Jornal Correio Braziliense

Cidades

Das 90 mil pessoas que moram na área rural, 12 mil têm de 14 a 29 anos

O número não se resume a quem cresceu ali: há quem deixe a cidade para viver na roça. Nova lei distrital desincentiva o êxodo camponês e promete trazer cursos no ramo


Qualquer visitante pode ouvir o canto dos pássaros e o relinchar dos cavalos. Compõem o cenário, ainda, cachorros a correr livremente e galinhas comendo, de grão em grão. Os insetos e o barro, que suja os sapatos, não incomodam. Não demora para tradicionais canções brasileiras, relacionadas ao interior, começarem a fazer sentido. Essa realidade está a poucos quilômetros do centro político e administrativo do país, onde pelo menos 90 mil pessoas vivem em áreas rurais, segundo o Censo de 2010 do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A surpresa está no fato de que esse contexto tem atraído jovens, interessados numa rotina longe da agitação metropolitana.

Leandro Lima, 28 anos, e Israel Agilio Sousa, 21, por exemplo, encontram na vida rural o sustento e os artifícios necessários para serem felizes. Eles integram um grupo de cerca de 12 mil pessoas de 14 a 29 anos que moram no campo na capital federal. A dupla de amigos vive no Núcleo Rural Rio Preto, em Planaltina, e trabalha com agricultura familiar. Eles não escondem a satisfação de não precisarem conviver com a cidade grande.

Escolha consciente

Natural de Paracatu (MG), Leandro sempre sonhou ser agrônomo. Veio morar em Brasília e, desde pequeno, não hesitava em brincar na rua e sujar as roupas de poeira. Filho de um médico e de uma dentista, realizou o desejo antigo e logo se despediu da vida urbana. ;Estudei na UnB (Universidade de Brasília) e, quando me formei, vim para a chácara. Tenho certeza de que meu lugar é aqui;, conta. A casa de campo da família existia, mas costumava ficar abandonada. Quando se mudou para lá, em dezembro de 2013, o agrônomo decidiu transformar a rotina do local. Decidiu ocupar seu tempo a plantar, colher, pescar e cuidar dos bichos. ;Quando comecei, não sabia de nada. Devo tudo que aprendi à ajuda do pessoal da região, pessoas que, na maioria das vezes, nem têm ensino fundamental.;

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