As manifestações na Esplanada dos Ministérios ocorrem desde segunda-feira, mas ontem, com o início do processo do impeachment no Congresso Nacional, mais pessoas apareceram na área. No fim da tarde, brasilienses estiveram no local para pedir ;mais pontes e menos muros;, em um protesto pela paz. Mas as forças de segurança do DF estão preparadas para um esquema de guerra. Amanhã, são esperadas 300 mil pessoas para acompanharem a votação na Câmara dos Deputados.
;O pico da operação é exatamente a partir do início da votação, às 14h do domingo, e nós estamos preparados para oferecer essa estrutura durante esse período;, explicou a secretária de Segurança Pública do DF, Márcia de Alencar Araújo, durante coletiva de imprensa. O GDF iniciou a intitulada Operação Esplanada à meia-noite de ontem, com o fechamento das vias S1 e N1. Amanhã, a S2 e a N2 também serão bloqueadas. O esquema conta com a presença de 3 mil policiais militares, 500 bombeiros, 700 agentes da Polícia Civil e 50 do Detran.
O momento de maior preocupação é a dispersão dos manifestantes, após a conclusão da sessão plenária. A previsão é que o grupo que sair frustrado com o resultado deixe a Esplanada primeiro. ;A outra parte permanecerá, e a retirada só começará após o comando sinalizar que há segurança;, detalhou Márcia.
Os ônibus favoráveis ao impeachment que vierem de outros estados estacionarão no Pavilhão de Exposições do Parque da Cidade. As vagas no Ginásio Nilson Nelson e no Estádio Nacional Mané Garrincha estão destinadas aos contrários. O metrô terá o horário estendido até as 23h, com embarque apenas na Rodoviária do Plano Piloto. Os ônibus funcionarão normalmente. O secretário de Mobilidade do DF, Marcos Dantas, afirmou que cada empresa disponibilizará pelo menos 30 ônibus na garagem da TCB, que serão utilizados de acordo com o público.
Estão proibidos o consumo e a venda de bebidas alcoólicas, garrafas de vidro e máscaras. Só serão aceitas bandeiras e faixas sem cabos ou hastes. Apesar de não terem sido proibidos pela Secretaria de Segurança, os organizadores dos dois grupos desistiram de levar bonecos infláveis após as recomendações de que os objetos poderiam causar acidentes. Os shoppings localizados na região central de Brasília não serão abertos. Alguns instalaram grades de proteção em volta dos prédios para evitar que manifestantes tenha acesso às entradas.
Divisão
Os manifestantes estarão separados por um bloqueio de 1km de extensão, formando um corredor de 80m de largura entre os grupos pró e contra o afastamento da presidente Dilma Rousseff. Nesse espaço, só poderão circular viaturas e homens das forças de segurança. O bloqueio vai da Catedral até a Avenida dos Estados. Os apoiadores do impeachment seguirão para o lado direito da Esplanada. O ponto de concentração será na praça do Museu da República. No lado esquerdo, ficarão os contrários ao processo. A concentração ocorrerá no estacionamento do Teatro Nacional.
Toda a região será monitorada pelo Centro Integrado de Comando e Controle Regional (CICCR) por meio de câmeras de segurança instalados em pontos estratégicos. ;É uma operação, de fato, inédita na história do Brasil, que exige um esforço da segurança pública, de organização e planejamento tático-operacional e que envolve todas as estratégias possíveis;, definiu Márcia.