postado em 23/04/2016 12:51
O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) assinou o decreto de criação do Conselho Gestor do Parque Burle Marx. O conselho, formado por órgãos do governo e representantes do Noroeste, vai servir como gestão da unidade de conservação ; atualmente classificado como de uso múltiplo, o parque passará a ser ecológico. A medida visa preservar a vegetação nativa presente no espaço, que vai do fim da Asa Norte até o Autódromo Internacional Nelson Piquet.
O conselho gestor do Parque Burle Marx, previsto na Lei Complementar n; 265, de 14 de dezembro de 1999, ficará responsável por definir as regras de funcionamento e uso do espaço. Integram o grupo o Instituto Brasília Ambiental (Ibram), a Terracap, a Novacap, a Administração Regional do Plano Piloto, a Secretaria Adjunta de Turismo, a Universidade de Brasília (UnB), o Conselho Comunitário da Asa Norte (CCAN), a Associação dos Moradores do Setor Noroeste (Amonor), a Câmara Comunitária do Noroeste (CCN), os Amigos do Parque Burle Marx, os Urbanistas por Brasília, o Fórum das ONGs Ambientalistas, o Pensando Brasília e a Rede de Educação Ambiental (Rebea).
Criticado pelo presidente da CCN, Antônio Custódio Neto, que disse "que a Terracap e o Ibram não dialogam e o morador do Noroeste paga o IPTU mais caro do Distrito Federal", o chefe do Executivo local citou as cifras de investimentos governamentais no setor. "Apesar das dificuldades financeiras, no ano passado investimos R$ 20 milhões em infraestrutura para o Setor Noroeste só pela Terracap, além de R$ 27 milhões pela CEB (Companhia Energética de Brasília) para a construção de uma subestação de energia e uma subestação de tratamento de água da Caesb", listou.
Protesto
Um dos primeiros passos a serem tomados para a nova destinação do parque é a desocupação. Atualmente, o espaço é ocupado por famílias e pela Associação dos Pilotos de Ultraleve de Brasília (Apub). E, enquanto o socialista e a equipe discursavam, catadores de lixo que ocupam o setor de forma irregular protestavam. Eles reivindicam moradia.
"Minha família se instalou aqui há 15 anos. Muitos não sabem ler, nem escrever, portanto só conseguem trabalhar com reciclagem. Quando começou a construção do bairro, veio o choque dos moradores dos prédios e das ocupações", relata David Nazário, 21 anos. "O que queremos é a documentação (da Codhab), que ia garantir nossa remoção com programas sociais", continua. Abordado, Rollemberg disse para procurá-lo daqui a duas semanas, para reunião no Palácio do Buriti. Sobre os ultraleves, ressaltou que negocia a disponibilização de outra área para que possam "se mudar de forma pacífica".
A reportagem não conseguiu contato com a Apub.