Um homem foi condenado a sete anos e meio de prisão acusado de feminicídio contra a própria mulher. Ela negou-se a dar dinheiro para ele comprar drogas e, por isso, foi alvo de tentativa de assassinato. Ihozano Ivanovichi foi condenado nesta terça-feira (26/4) pelo crime duplamente qualificado: motivo torpe e dificuldade de defesa. A pena será cumprida em regime semiaberto.
Segundo o Ministério Público do DF (MPDFT), a relação do casal era tumultuada. Havia agressão, ameaça de morte e injúrias. Uma vez, depois de uma briga, Ihozano chegou a quebrar o nariz da esposa. Nessa e em outras ocasiões, ela foi até a polícia e registrou ocorrência, mas nunca quis prosseguir com os processos.
Em agosto de 2013, foram deferidas medidas protetivas em favor da mulher (proibição de aproximação e de contato por qualquer meio e multa em caso de descumprimento, entre outras). Apesar disso, em 9 de setembro do mesmo ano, Ivanovichi foi à casa da vítima e tentou acertá-la com golpes de faca. Ele conseguiu atingi-la uma vez, mas fugiu quando ela gritou por socorro.
Contudo, durante o julgamento, a vítima afirmou que já havia perdoado o marido e que não queria que ele fosse condenado. De acordo com o promotor de Justiça Bernardo de Urbano, da Promotoria do Júri de Taguatinga, esse comportamento é comum. ;Muitos casos que envolvem feminicídio mostram que, embora as agressões sejam uma rotina na vida das vítimas, elas não querem que eles sejam condenados;, disse.
Ainda segundo Bernardo, ;não raras vezes, o final da história é o efetivo cumprimento das ameaças e o assassinato dito por amor. Onde falta o respeito e a dignidade cede, a violência impera;, afirmou.
*Com informações do MPDFT