Artistas de diversos segmentos da dança do Distrito Federal se uniram nesta sexta-feira (29/4) em apresentações nas estações de metrô da rodoviária e Praça do Relógio, em Taguatinga, para uma série de ações em comemoração ao Dia Internacional da Dança. A iniciativa foi uma parceria do Metrô-DF com o Fórum de Dança do DF e Entorno, que convidou os grupos para um dia de atividades entre os passageiros do transporte público.
O evento contou com 24 apresentações, entre solos e trabalhos em grupo. Entre os estilos, hip hop, break, balé clássico, jazz contemporâneo, dança contemporânea, maracatu, sapateado, dança do ventre, frevo, anos 60 e dança cigana artística. O professor de dança contemporânea, especializado em solo, Valdemar Piauí, mais conhecido como Negro Val, apresentou seu trabalho Danço Porque Não Sei Voar para os passageiros da estação central.
Para ele, a iniciativa é bastante importante não só para a plateia, mas também para os artistas. ;Hoje nós tivemos a oportunidade de discutir a dança, de saber que existe uma lei que favorece os profissionais da dança, mas nós precisamos conhecer melhor ela, pra fazer com que realmente vigore;, explicou. Além disso, Negro Val ainda ressaltou a oportunidade de mostrar o valor cultural da dança. ;As pessoas precisam entender que a dança é tão essencial quanto a educação, quanto a saúde, porque ela amplia a nossa forma de ver esse mundo, e hoje é o momento de se fomentar isso.;
Quem passava pelo local também pôde mostrar sua relação com a dança. Esse foi o caso dos amigos Mateus Kili, 23 anos, Adimilson Paulino, 27, e Jherio, 24, dançarinos de Break, estilo musical com referências do hip hop. Os meninos dançavam no semáforo para contribuir com a renda familiar e, no caminho de casa, se deparam com o espaço. Segundo Jherio, que também participa do grupo de dança Furious D, de Santa Maria, o break é um estilo de dança que não permite que alguém fique indiferente. ;Todo mundo que vê fica impressionado, de olhos arregalados, porque é uma coisa chamativa, e geralmente todo mundo quer participar;.
A diarista Neide Jesus da Cruz foi uma das passageiras que interrompeu a viagem para acompanhar a apresentação dos amigos. ;Eu não sabia que hoje era dia da dança. Estava passando por aqui e vi eles dançando. Foi o que salvou meu dia. Quem vem do serviço e para aqui, vê tudo isso, e manda todo o estresse embora;. Jherio ainda atentou para o papel social da dança. ;A dança de rua liberta muita gente, principalmente de drogas. Nós não bebemos, não usamos drogras, porque sabemos isso nos prejudica, até mesmo na execução da dança. Quem gosta do que fazemos logo abandona outro vício;.
Durante a tarde os vagões do metrô também foram ocupados por dança. Os passageiros assistiram a apresentação O Lago Dos Cisnes, do grupo Balleto e Cia de Dança. Ao final do dia, a Companhia Metropolitana de Brasília estimou que cerca de 170 mil passageiros acompanharam as atividades do Dia Internacional da Dança nas estações de metrô.