postado em 02/05/2016 07:11
Desempregada há um ano e seis meses, Wildislene Alves Gomes, 43 anos, além de disputar vagas com outras 282 mil pessoas sem emprego no Distrito Federal, tem que lidar com outra dificuldade. A idade é apresentada por ela como um empecilho para conseguir uma nova oportunidade. Na rotina dela está incluído o envio diário de currículos para diversas empresas. Porém, nesse período, apenas um empregador a chamou para uma entrevista. Infelizmente, sem sucesso. Como Wildislene, outras pessoas também enfrentam impedimentos para uma colocação no mercado. É o caso daqueles que procuram o primeiro emprego. Especialistas apontam a busca constante pela qualificação como uma das maneiras de se destacar no competitivo mercado de trabalho.
;Sabemos que a situação em todo o país está complicada, mas, para quem é mais velho, parece se agravar. A sensação que tenho é que os empregadores optam sempre pelos mais jovens, independentemente da experiência em empregos anteriores;, relata Wildislene, formada em secretariado. Mesmo com o diploma, a última função exercida foi como recepcionista e auxiliar administrativa. Ao perceber as dificuldades, a moradora de Taguatinga correu em busca de qualificação. Atualmente, cursa o segundo semestre de técnica em administração pelo Instituto Federal de Brasília (IFB).
Nos escritórios de emprego, as filas são constantes. Na Agência do Trabalhador, pertencente à Secretaria do Trabalho do DF, a média de inscritos em busca de vagas é de 6 mil pessoas por mês. Desses, segundo dados do órgão, cerca de 400 consegue colocação no mercado. Não é por falta de oportunidades. Somente nos três primeiros meses deste ano, 6,7 mil vagas foram oferecidas por diversas empresas. ;O principal motivo para o não preenchimento é a falta de qualificação e experiência. O empregador tem a chance, hoje, de selecionar com grande critério. São muitas pessoas a procura, e ele opta por aquele que ele com mais potencial produtivo para a empresa. E elas (empresas) costumam dar esse retorno da falta de capacitação;, aponta Antônio Vieira Paiva, subsecretário de Atendimento ao Trabalhador, Empregador e Qualificação Profissional do DF.
Olho na empresa
Para o coach e professor do UniCeub Homero Reis, em razão da crise financeira e dos processos de melhorias, as empresas estão em busca de profissionais que valorizem a instituição. Segundo o especialista, antes de se candidatar a uma vaga, o trabalhador deve avaliar de que forma poderia contribuir para o sucesso da empresa. ;O mercado cobra a capacidade dos candidatos manterem relacionamento de alta qualidade. Elas descobriram que as pessoas trabalham juntas. Além disso, as empresas estão atrás daqueles com capacidade para atender a demanda do cliente, seja interno ou externo;, detalha Reis.
Cursando o último período de direito, Mistefaine Carolina de Oliveira, 21 anos, já está de olho no mercado de trabalho. A preocupação são os exemplos de amigos recém-formados que não conseguiram uma colocação na área. ;Com diploma ou não, está difícil para todos conseguir um emprego. Acompanho diariamente as vagas oferecidas e são poucas. Para os jovens, é mais complicado ainda conseguir. Isso me deixa preocupada;, relata. Diferentemente de Wildislene, que enfrenta dificuldades por causa da idade, a jovem tem como empecilho a falta de experiência.
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