Jornal Correio Braziliense

Cidades

Mulheres falam da dor pela perda de familiares vítimas de feminicídio

Na sexta reportagem da série, o Correio narra o sofrimento e a dor de duas mulheres que tiveram familiares assassinadas por homens marcados por sentimentos de posse. Ambas lutam para reestruturar a vida



Na época do crime, não existia lei do feminicídio, sancionada em março de 2015. O assassino foi condenado por homicídio duplamente qualificado. Inicialmente, a 20 anos de reclusão. Por ter confessado espontaneamente, a sentença foi reduzida para 18 anos. Como o julgamento foi no ano passado, ele já havia cumprido quatro anos. Nas contas da família, no ano que vem, poderá estar solto. O autor do crime, Rendrick Vieira Rodrigues, casou-se na prisão com uma amiga de infância. Os dois tiveram uma filha. Uma menina. ;É revoltante. Uma vida vale tão pouco? Acabou com ela e agora vai viver a vida. É uma punição vagabunda. Por isso acontece tanto. Conhecem as leis e sabem que nada acontecerá.;

Desejo de justiça
Reginalva Nobre da Silva chora a perda da mãe, de 61 anos, há 25 dias. Aliado ao sofrimento, há o temor pela própria segurança e a da família. Também o medo de que não se faça a justiça esperada. Maria Lúcia da Silva Nobre, a mãe dela, foi morta dentro de casa em 12 de abril. Atingida com uma barra de ferro na cabeça ao sair do banho, foi enrolada em uma coberta e, depois, queimada. Teodorico Teles, 56, confessou o crime, está preso, mas ainda não foi julgado. Segundo Reginalva, ele era uma espécie de cuidador da mãe de Maria Lúcia, uma senhora de 85 anos. O assassinato dela foi o triste desfecho de uma história de reencontro.

Maria Lúcia havia sido separada da mãe ainda criança. ;O meu avô maltratava a minha vó, e ela fugiu de casa. Na hora, ele apareceu e não deixou levar a minha mãe, que tinha 9 anos. Elas só se encontraram novamente em março do ano passado. Foi alegria para toda a família;, recorda Reginalva.

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