postado em 11/05/2016 06:10
Ainda adolescente, Pedro Paulo Marra descobriu um novo gosto: a poesia. Nas aulas de literatura, o apreço por Carlos Drummond de Andrade despertou o interesse em escrever. Não eram só os versos e as rimas que encantavam o jovem, mas, principalmente, as histórias. Hoje, aos 19 anos, Pedro considera-se poeta. Não é apenas um hobby. Assim, o blog em que colocava as composições passou a não comportar o desejo de crescer. Para movimentar essa poesia enraizada, surgiu a ideia de colocar as criações em árvores, mas de forma diferente. Papel e barbante em volta, a simulação de um abraço. Desse modo, criou o projeto Poesia na casca, no início do ano.
É possível encontrar os versos em diversos troncos pela área central de Brasília e, recentemente, no Guará, primeira satélite a receber a iniciativa. O também estudante de jornalismo diz que a real intenção é espalhar as poesias pela cidade ; em praças movimentadas, paradas de ônibus e, principalmente, na vida dos leitores. ;A poesia transforma, não tem como duvidar disso. Podem ser simples versos, mas trazem grandes reflexões;, analisa Pedro. O poeta pretende levar as composições para todo lugar em que viajar, deixar a marca da literatura pelas cidades. Essa foi a maneira encontrada por Pedro de aproximar as pessoas da poesia. ;Contar histórias é o que me satisfaz quando estou escrevendo.;
A inspiração de cada escrita vem, principalmente, de imagens que o jovem encontra na internet. Mas uma simples volta pela faculdade também serve de pauta. ;Eu fiquei reparando os barulhos da rua, os movimentos das pessoas, as conversas, todos os detalhes desse dia me cativaram; conta. Em um caderno sem linhas, o poeta passa as composições para guardar. Ele já está no terceiro.
O objetivo do Poesia na casca não é somente divulgar o trabalho. Para ele, a poesia, hoje em dia, passou a ser algo distante, em que as pessoas só admiram, mas não valorizam. ;Estou querendo criar um elo da poesia com as pessoas para mostrar que não é qualquer coisa que se escreve que é poesia. Já virei madrugadas escrevendo;, desabafa. As palavras costumam vir à noite, quando o silêncio dá espaço para os versos serem construídos. ;Já cheguei a ir ao Pontão sozinho porque estava inspirado e quis refletir. A última poesia que eu fiz foi dentro do ônibus, em um bloquinho;, descreve. O estilo do jovem é prosa poética, ou seja, ele produz contos em forma de poesia ; há uma história e personagens. Para confeccioná-los, ele costuma pedir sugestões aos amigos.
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