Helena Mader
postado em 23/05/2016 06:00
A crise econômica nacional e a instabilidade institucional deixaram a conjuntura política das unidades da Federação ainda mais nebulosa. A falta de clareza quanto aos rumos eleitorais dos principais protagonistas embaralha o cenário e leva os potenciais candidatos a cargos majoritários em 2018 a antecipar conversas e negociações. No Distrito Federal, a penúria financeira e a falta de investimentos devem estar entre os principais temas da próxima campanha. Ainda faltam quase dois anos para as convenções partidárias que definirão os concorrentes a cargos como governador, vice e senador. Mas, nos bastidores, as articulações e formações de blocos de olho em 2018 começaram.
Há pelo menos 12 nomes do DF mencionados quando o assunto é a disputa das principais funções. O governador Rodrigo Rollemberg (PSB) deve tentar a reeleição, mas só o futuro dirá se o chefe do Executivo manterá a parceria com o PSD, do vice-governador Renato Santana. Se a dobradinha partidária chegar ao fim, Santana pode disputar outro cargo majoritário, como o Senado Federal. Se o casamento entre o PSB e o PSD tiver vida longa, é possível que o atual vice permaneça na chapa em 2018.
Em uma eventual ruptura da parceria, o nome do deputado federal Rogério Rosso (PSD), padrinho político do vice-governador, surge como virtual concorrente ao Palácio do Buriti. Mas a tendência do parlamentar é tentar a reeleição na Câmara dos Deputados, onde se destacou à frente da Comissão Especial do Impeachment, ou disputar uma das duas vagas ao Senado. Ele evita antecipar o debate sobre a manutenção ou não do acordo entre PSB e PSD. ;É cedo para tomar qualquer decisão. A prioridade do PSD hoje é trabalhar;, desconversa Rosso.
O ex-vice-governador Tadeu Filippelli (PMDB) deve rivalizar com Rollemberg na corrida ao Palácio do Buriti. Com discrição, o peemedebista tem debatido o cenário político do DF com novos e antigos aliados, mas ainda não costurou a formação de um grupo consolidado para 2018. O desenrolar da crise nacional será determinante para Filippelli. Presidente regional do PMDB, ele é um aliado próximo do presidente em exercício, Michel Temer, e trabalhou com o correligionário na Secretaria de Relações Institucionais. Com o julgamento do impeachment da presidente afastada, Dilma Rousseff, no Senado e a efetivação de Temer no Planalto, Filippelli ganhará interlocução na Presidência da República.