Cidades

Orgulhosos, voluntários da Cruz Vermelha falam sobre trabalho na entidade

Em Brasília, o grupo atua nos bastidores de eventos tradicionais como a Paixão de Cristo do Morro da Capelinha e até no combate ao Aedes aegypti

postado em 23/05/2016 06:02
A Cruz Vermelha no Distrito Federal: na encenação do Morro da Capelinha; em cursos de primeiros socorros; na luta contra o mosquito transmissor da dengue; e na orientação de jovens
A encenação da Paixão de Cristo no Morro da Capelinha, em Planaltina, é um dos eventos religiosos do Distrito Federal mais conhecidos. Na celebração deste ano, mais de 50 mil pessoas estiveram no local para acompanhar o espetáculo. O que muitos não veem é o que acontece nos bastidores. Ali, entre os artistas, disfarçados com roupas de época, ficam os voluntários da Cruz Vermelha. Homens e mulheres a postos, prontos para ajudar. Esse é só um exemplo. A instituição tem 150 anos de ação mundial e comunitária e dezenas de trabalhos em prol da comunidade do DF.

A primeira lembrança sobre a Cruz Vermelha que passa pela cabeça das pessoas são as intervenções em tempos de crise, desastre, tragédia. Mas o que não se sabe é que eles fazem muito mais do que isso. Oferecem suporte diário e contínuo ao Estado, com cursos de primeiros socorros, campanhas de arrecadação de alimentos, de água, de roupas ou de qualquer outra coisa que possa ajudar outra unidade da Federação ou país. Nos episódios de enchentes e deslizamentos no Rio de Janeiro, a Cruz Vermelha de Brasília reuniu cerca de 4 toneladas de alimentos para os desabrigados.

A sede brasiliense fica na 715 Norte, em uma sala de um prédio comercial. Lá, fica uma secretária, única funcionária contratada. Os cerca de 280 voluntários ; sendo 30 coordenadores ; são de diferentes regiões do DF e têm os mais variados tipos de formação. Qualquer um pode ajudar. ;Temos áreas para todo mundo. Há departamento de voluntariado em socorro e desastre, voltados para a ajuda humanitária; de juventude, com trabalho para esse público, por exemplo, aula de reforço em escolas carentes; o Kids, com ações feitas pelas crianças; e de educação e saúde, compostos basicamente por enfermeiros. Enfim, basta querer ajudar;, explica a vice-presidente da Cruz Vermelha em Brasília, Carolina Sampaio Mota Soares.

Segundo ela, a Cruz Vermelha é uma única instituição, em âmbito mundial, mas com diferenças específicas. O Comitê Internacional, responsável pelos cuidados com os refugiados e prisioneiros de guerra, traça um direcionamento de como as ações devem ser feitas, mas a condução é feita de acordo com os trabalhos de cada sociedade. ;A gente trabalha conforme a realidade que temos. Mas todas, em todos os lugares, têm de se preparar, mesmo sendo um estado sem guerra, para momentos de situações de emergência. Em Brasília, temos muita gente necessitada em volta, mas as pessoas não ouvem falar no suporte da Cruz Vermelha;, observa Carolina.

Ajuda
No Morro da Capelinha, a ajuda vem nas horas de crise. O espetáculo é longo, com trajeto difícil, muitas pessoas não se alimentam direito e sempre aparecem problemas pontuais. Escoriações, mal súbitos, casos de hipoglicemia, desmaios. Nessa hora, voluntários da Cruz Vermelha, discretamente, realizam os atendimentos. Quem faz a subida do Cristo, com cordas, inclusive, são eles.

No Varjão, o foco foi outro. Os voluntários passaram cerca de dois anos na comunidade. A realidade mostrou que a ajuda teria de vir de outra forma. ;A gente levava a cesta de comida, mas procurava ajudar no todo. Gente que não tinha documento, nós fazíamos. Dávamos cursos profissionalizantes, fazíamos currículos, pois a Cruz Vermelha não é instituição para sustentar. Ensinamos a pescar;, explica a vice-presidente.
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