Cidades

Um selo com a sua cara. Correios oferecem estampas personalizadas

Cada folha, com 12 unidades, varia, de acordo com o desejo do cliente, entre R$ 36,40 e R$ 40

postado em 29/05/2016 12:29

Cada folha, com 12 unidades, varia, de acordo com o desejo do cliente, entre R$ 36,40 e R$ 40

Há muito tempo, as cartas deixaram de ser o principal meio de comunicação. Elas chegaram no Brasil com os primeiros portugueses e foram pouco a pouco perdendo espaço, devido ao avanço da tecnologia. Mas ainda sobrevive a sua forma mais oficial: envelope; conteúdo no peso estipulado; destinatário e remetente. Tudo com o devido selo. Aquele quadradinho de papel, colado no alto do envelope. É ele que demonstra aos Correios que o serviço de postagem e de entrega foi pago. Anos atrás, os modelos eram apenas aqueles criados pela própria instituição, tidos como temas importantes. Hoje, o que cada um acha relevante pode se tornar um selo personalizado. Uma forma de registrar um momento, fazer uma homenagem e guardar, na história, parte da sua história.

O primeiro serviço postal semelhante ao que conhecemos, com pagamento de selos para o envio da correspondência, surgiu na Inglaterra em 1840. O Brasil foi o segundo país a usar o selo, em 1843. Quem pagava pela postagem, inclusive, era quem recebia a carta, o destinatário. E era caro. Calculado em cima do peso e da distância. Como era o único meio de enviar e receber informações, deram um jeitinho. Criaram códigos que iam colados no envelope. Por exemplo, uma estrela poderia significar que o remetente dizia que tudo estava bem com ele. Ao ver o símbolo, quem recebia entendia a mensagem, mas não aceitava a carta. Ou seja, não precisava pagar.

Veio a reversão nesse esquema, o selo e, em seguida, os personalizados, desenvolvidos para dar conta da demanda de sugestões de temas para as confecções. Uma vez por ano, os Correios definem, por meio de uma comissão nacional, quais serão os temas dos selos do próximo ano. A comunidade pode sugerir. Com tantas propostas, muitas vezes de gostos particulares, veio a ideia de proporcionar a qualquer um a chance de ter um selo com o tema escolhido. Pode ser a foto de uma pessoa amada, da filha que fará 15 anos, dos 50 anos de casamento dos pais, da festa de casamento. Enfim, algo considerado importante o suficiente ser registrado.

Cartelas

No Distrito Federal, de acordo com levantamento da direção regional dos Correios, foram emitidos, entre janeiro e abril deste ano, 319 folhas de selos personalizados, com 12 selos, cada. Cada pessoa pode pedir, no mínimo, uma cartela (veja quadro). O preço é atrativo. Cada folha varia, de acordo com o que o cliente quer, entre R$ 36,40 e R$ 40. O amor pelos selos fez com que o engenheiro de meio ambiente Reinaldo Macedo, 56 anos, se tornasse um colecionador. Tem 10 coleções com incontáveis selos. Ele embarcou, ontem, para uma exposição de selos em Nova York. Levou na bagagem muitos selos personalizados. Entre eles, alguns de Brasília.

Reinaldo fez um selo com uma foto tirada dentro da Catedral, outro, do Santuário Dom Bosco, e um da Catedral Militar da Rainha da Paz. Mas também fez dele próprio, em homenagem a uma sobrinha, com a foto dela, e de todos os sobrinhos, como forma de presentear a família. ;Já fiz de várias pessoas. É para agradar, uma forma carinhosa. Quando faço, ainda ponho em uma moldura. Ou, outras vezes, coloco em um saco plástico e entrego. As pessoas normalmente se assustam, positivamente. Adoram, porque não conhecem esse tipo de selo;, conta.

Colecionador, o engenheiro de meio ambiente Reinaldo Macedo já mandou fazer selos para familiares e amigos

Segundo Reinaldo, que também é presidente da Federação Brasileira de Filatelia, os selos personalizados são uma boa forma de surpreender. ;A pessoa ganha algo inédito. E você tem a lembrança também. Além disso, tem valor e pode ser usado em postagem. Pode postar uma carta com eles. Minha sobrinha ficou muito contente com a surpresa;, ressalta. O diretor dos Correios em Brasília, Jaime Gomes Cardoso, afirma que o serviço ainda não é muito conhecido e, por isso, ainda se deslumbram quando veem um selo personalizado.

;Geralmente, quem procura o serviço é para comemorar um aniversário de casamento ou de uma criança da família, uma data importante. Por exemplo, um selo de uma festa de 15 anos pode selar as cartas que serão enviadas com os convites. São muitas opções para pessoas físicas, fora as pessoas jurídicas;, comenta. Entre os selos personalizados institucionais confeccionados este ano na capital federal, está o da Defensoria Pública do Distrito Federal. A Diretoria Regional dos Correios lançou, na primeira semana de março, com um carimbo comemorativo, alusivos aos 29 anos da Defensoria. As peças filatélicas foram lançadas no Memorial JK.


Marca filatélica
Junto do selo personalizado, é possível ter um carimbo comemorativo, é uma marca filatélica. Ele tem tempo determinado de uso e serve para difundir o trabalho de instituições e personalidades, assim como é um jeito de ressaltar um determinado acontecimento, destacando o motivo, a legenda, a marca, a data e o local de sua emissão. Ele é aplicado sobre um selo ou uma marca de franqueamento postal.


Tira-dúvidas

Como funciona?
; O interessado em um selo personalizado basta ir a uma agência dos Correios. Tem que pedir um requerimento, preencher e assinar um termo. Escolhe o selo base e entrega a fotografia, a imagem que quer imprimir no selo. Também deve apresentar a imagem impressa em um papel. Após pagar pelo serviço, é só esperar. O selo chegará em até 10 dias úteis.

O que pode ser impresso no selo?
; Fotografias de pessoas; de animais de estimação; marcas de empresas; logomarcas de instituições; promoção de produtos ou serviços; sinais; distintivos; personagens ou obras de cunho artístico, desde que os direitos autorais pertençam ao cliente.

Como pode ser usado?
; Nas cartas. O selo pode ser usado em qualquer correspondência de até 20 gramas. Podem ser para pessoas físicas ou jurídicas de qualquer lugar do Brasil. Também pode selar cartas para o exterior.

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