Cidades

Dois milhões no DF estão suscetíveis às doenças causadas pelo Aedes

Além da dengue, que anualmente amplia o número de casos, o zika e a chicungunha avançam por praticamente todas as regiões administrativas. E a tendência é aumentar, segundo especialistas

Otávio Augusto
postado em 01/06/2016 07:32
A capital federal começou 2016 com um aumento do número de casos das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti na comparação com 2015 ; ano que já tinha batido recordes. Nos cinco primeiros meses, o Distrito Federal registrou 14.226 casos de dengue, 97 de chicungunha e 144 de zika. As infecções estão concentradas em regiões administrativas distintas (veja infográfico). A Secretaria de Saúde alerta que, em 2017, a chicungunha e a zika podem adoecer um número ainda maior de pessoas que este ano. A pasta estima que 2 milhões de pessoas estarão suscetíveis aos males. O vírus mayaro, também transmitido pelo mosquito em área urbana, por sua vez, começa a ser monitorado.

Além da dengue, que anualmente amplia o número de casos, o zika e a chicungunha avançam por praticamente todas as regiões administrativas. E a tendência é aumentar, segundo especialistas

[SAIBAMAIS]No ano passado, as autoridades sanitárias registraram ocorrências de chicungunha em quatro regiões administrativas. Este ano, a incidência subiu para 21 locais. Taguatinga, Samambaia, Ceilândia e Asa Norte somam 43,2% dos casos. A zika afeta 27 das 31 regiões. Taguatinga é recordista, com 26 infectados nos primeiros cinco meses. Em 2015, não houve o registro da doença no DF. O chefe do Núcleo de Endemias da Secretaria de Saúde, Dalcy Albuquerque, explica que esse perfil é atribuído ao ;caso fonte;. ;Uma pessoa pega a doença em um determinado local e infecta o mosquito, que contamina outros indivíduos;, detalha.



A polarização das doenças, segundo Dalcy, influencia nas ações de controle e tratamento. O infectologista, porém, destaca que a dengue é uma doença comum na capital federal há 20 anos. ;A dengue, ano a ano, tem focos maiores em determinadas regiões. Planaltina, por exemplo, centralizou os casos no passado. Isso norteia nosso método de combate. Temos que avaliar de forma diferente as outras duas doenças;, conclui. O vírus fica encubado cerca de sete dias no mosquito, até o vetor passar de infectado a transmissor do mal. Em média, o Aedes vive 60 dias.

Segundo o especialista, o zika e a chicungunha têm uma tendência maior de ;taxa de ataque;, ou seja, alta potencialidade de fazer vítimas. ;Temos observado que basta um ano para partir do caso zero ao 100 mil. Isso é preocupante. O número de pessoas infectadas com chicungunha e zika, este ano, é relativamente pequeno. Por isso, existe o risco de que nós venhamos a ter mais casos no ano que vem. Há uma população de 2 milhões de pessoas vulneráveis;, justifica.

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