Nathália Cardim
postado em 02/06/2016 06:10
Cerca de 200 motoristas do aplicativo Uber fizeram um protesto no início da tarde de ontem para pedir paz, segurança e regulamentação do serviço na capital do país ; atualmente, o Projeto de Lei n; 777/2015 tramita na Câmara Legislativa. O grupo se reuniu no estacionamento do Estádio Nacional de Brasília Mané Garrincha e seguiu em carreata com buzinaço até a sede da Casa, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG). À tarde, representantes do Uber participaram de uma audiência pública e, em seguida, foram recebidos pela presidente da Câmara, Celina Leão, para debater o futuro do serviço e a segurança de trabalhadores e clientes do aplicativo.
Por volta das 12h, os condutores do Uber usaram 54 carros próprios e formaram a palavra ;paz; para iniciar o protesto no estacionamento do estádio. ;O Uber vem sendo atacado no Brasil há muito tempo devido à qualidade do serviço que prestamos. A ideia da nossa resposta é mostrar a outra face. Se eles querem bater, nós pedimos a paz e vamos continuar mostrando a excelência que prezamos;, disse o motorista do Uber Ludgero Gabriel Valias de Paiva.
A manifestação ocorreu um dia depois de quatro veículos serem apedrejados no Aeroporto Internacional Juscelino Kubitschek. Eles denunciaram que os responsáveis pelos danos foram taxistas. As vítimas registraram ocorrência na 10; Delegacia de Polícia (Lago Sul). O condutor do aplicativo Romero Gontijo disse que a confusão começou no posto de gasolina vizinho ao terminal, onde os agressores chegaram com pedaços de pau e pedras. ;Eram cerca de 50 taxistas. Quebraram tudo e agrediram a gente. Foi horrível. Na confusão, sobrou até para passageiros;, relatou.
A empresa de transporte particular considera inaceitável o uso da violência. Para atender os motoristas que se sentirem ameaçados ou que sofrerem algum tipo de agressão, o Uber criou um número de telefone para casos de emergência, além de um endereço de e-mail para os parceiros.
Em nota, o GDF lamentou o confronto entre as categorias. Diante do episódio, reforçou a necessidade de aprovação do PL que tramita na Câmara desde novembro de 2015. Após a identificação dos agressores, a Secretaria de Mobilidade abrirá processo para cassar as permissões dos taxistas envolvidos no episódio.
A presidente do Sindicato dos Permissionários de Táxis e Motoristas Auxiliares do DF (Sinpetáxi), Maria do Bomfim, alegou que um motorista do Uber provocou um taxista, iniciando a confusão. ;O sindicato lamenta o acontecido e pede, não só à categoria, mas também aos motoristas do Uber, que tenham calma.;
Ameaça
Também no aeroporto, taxistas perseguiram e espancaram quatro irmãos após confundi-los com condutores do Uber. Eles haviam acabado de desembarcar no terminal e seguiam de carro para Ceilândia. As agressões ocorreram pouco depois da confusão no posto de combustível.
A 10; DP investiga o caso. O empresário Klessio Alves, 33 anos, conta que a família foi seguida por taxistas. ;Um deles emparelhou com o nosso carro e, depois, passou em alta velocidade e começou a xingar. O meu irmão que estava dirigindo tentou frear, mas não conseguiu e bateu. Em seguida, o motorista pediu desculpa e disse para a gente encostar para resolver a batida. Quando paramos o carro, fomos espancados;, denunciou Klessio.