postado em 09/06/2016 08:03
Quando a solidariedade, o amor ao próximo e a vontade de fazer a diferença são maiores do que qualquer dificuldade, o bem prevalece. Há 12 anos, o Correio Braziliense Solidário, programa social, mantido pelo jornal, se coloca à frente de qualquer obstáculo para ajudar instituições no Distrito Federal. Este ano, o projeto dá prosseguimento às atividades com a participação de 10 creches e um abrigo de idosos, resgatando as origens do programa. A partir de visitas, serão listadas as necessidades de cada instituição.
Uma geladeira, um ventilador, um fogão novo. O objetivo é ajudar pontualmente cada instituição. Durante muito tempo, o Correio Solidário fez investimentos grandiosos, com, inclusive, a construção de novas creches. Em 2016, porém, o foco será nos detalhes. Mas que fazem toda a diferença. ;Somos ;ajudadores;, em um grande universo. Uma interface entre a sociedade e as instituições;, explica a coordenadora do programa, Andréa Nalini. Um encontro entre a equipe do Correio Solidário e os representantes das creches e do abrigo assistidos, na última terça-feira, na sede do jornal, no Setor de Indústrias Gráficas (SIG), marcou a nova fase.
O perfil dos assistidos é parecido: são crianças em situação de vulnerabilidade social, ou seja, estão constantemente sob a ameaça de envolvimento com drogas e, muitas vezes, expostos à violência doméstica ou vivendo na pobreza absoluta. Os pais precisam trabalhar e não têm com quem deixar os filhos. Se não recebessem apoio da creche, os meninos e meninas, hoje saudáveis e bem alimentados, provavelmente viveriam outra realidade.
E, sem ajuda, essas creches voltadas para a população carente não existiriam. Como o Lar da Criança Padre Cícero, por exemplo. Até 2014, a instituição funcionava em três casas lares e um berçário, com uma sede pequena, sem muita capacidade. Atendia 80 pessoas. Com a parceria do Correio Solidário, um novo prédio foi erguido, em Taguatinga, em forma de anexo da sede antiga. Só neste bloco, 220 crianças são assistidas. Passam o dia na unidade, enquanto as mães trabalham. ;Sempre foi meu sonho poder levantar esse prédio. Eu saía e via aqueles barracos, cheio de crianças, e pensava: ;Antes de morrer, eu preciso fazer algo;. E Deus colocou essa ajuda na minha vida. Hoje, temos prédio, salão, mezanino, três salas para bebês. É tudo maravilhoso;, conta Glória Nascimento de Lima, 71 anos, fundadora do Lar da Criança Padre Cícero.
No Centro Espírita Nosso Lar, no Gama, não foi muito diferente. A ajuda do programa transformou a realidade dele e das crianças atendidas. A vice-presidente do centro, Janaína Mota Trindade, 41 anos, ressalta que o apoio chegou em vários momentos: desde a construção do prédio até a execução dos projetos, principalmente os de promoção e assistência à infância e à adolescência ; que é a base do trabalho da equipe do Centro Espírita. ;Hoje, temos vários projetos. Há uma creche com 130 crianças em tempo integral e o Programa Ensinar e Aprender, feito no contraturno das crianças de 6 a 15 anos, no qual atendemos outras 20 crianças. O nosso objetivo é tirá-las das ruas e ter um lugar adequado e com assistência para que elas se desenvolvam;, explica Janaína.
Frutos
No Centro Espírita Nosso Lar, um dos frutos da parceria com o Correio Solidário é um prédio de 444m;, inaugurado no ano passado. Antes, era possível assistir apenas 40 crianças. Hoje, eles atendem o triplo. ;Conseguimos tirar muito mais crianças das ruas;, observa Janaína. Em Samambaia, no Educandário Espírita Sementinha de Luz, o número de crianças duplicou. Quando abriram as portas, há 20 anos, 90 meninos e meninas carentes participavam do projeto. Atualmente, são 162. ;Sem ajuda, não teríamos conseguido estender esse auxílio. Teríamos, talvez, fechado. Trabalhávamos acima da capacidade. No prédio, cabiam 70; tínhamos 100, ou seja, revertemos isso. Passamos a atender o que tínhamos com as condições necessárias e ainda conseguimos aumentar;, pondera o presidente da unidade, Wildson Luiz Pereira dos Santos, 54.
Segundo a presidente do Correio Braziliense Solidário, Nazareth Teixeira da Costa, as ajudas começaram com pequenas doações, depois cresceram, possibilitaram grandes obras. Porém, agora, a proposta é retomar esse formato. ;Faremos doações pontuais em cima daquilo que estão precisando. Há dois anos, ainda podíamos pensar em construções, mas não será assim este ano. A crise do país influencia, mas não queremos parar de ajudar;, afirma Nazareth. De acordo com o calendário, as doações começarão ainda este mês, após uma série de visitas. ;Faremos uma lista dos pedidos, veremos as prioridades e faremos o que pudermos;, garante.