Nathália Cardim
postado em 11/06/2016 08:00
Em 1; de julho, estudantes que não se recadastrarem ou estiverem com alguma pendência terão o Passe Livre Estudantil suspenso. Balanço divulgado ontem pela manhã pela Secretaria de Mobilidade e pelo Transporte Urbano do DF (DFTrans) revelou que pelo menos 100 mil pessoas não tinham direito à gratuidade e devem ter os cartões bloqueados após o término do recadastramento. Os órgãos anunciaram, ainda, que, com as novas medidas de fiscalização, a expectativa é de que haja uma economia de aproximadamente R$ 9 milhões mensais.
O cadastramento eletrônico foi uma novidade em Brasília, bem como a exigência do cadastro de pessoas físicas (CPF) do próprio estudante para o processo. A informação é cruzada com dados da Receita Federal. Antes, a inscrição era feita manualmente por funcionários terceirizados, em postos da autarquia. Não havia necessidade, por exemplo, da digitalização de documentos.
Mesmo assim, houve falhas no sistema. Na segunda-feira, estudantes ocuparam o posto do DFTrans em busca de melhorias no Passe Livre. Eles alegaram estar sem o benefício e pediram ao GDF para resolver a situação. O Executivo local havia informado que houve um problema na leitura dos cartões. Ontem, o secretário de Mobilidade, Marcos Dantas, explicou que, até 1; de abril, foram realizados 227.171 pedidos de alunos da rede pública e particular para a liberação da gratuidade. ;Nós temos agora uma base de dados mais confiável, podemos dizer que daremos o benefício a quem realmente tem direito;, explicou.
Dos que fizeram a solicitação em março e abril, 166 mil tiveram o cadastro aprovado e 61 mil estão com algum tipo de pendência, a maioria relacionada a foto. O governo entregou aproximadamente 70 mil novos cartões até agora, a maioria em substituição aos velhos. Quinze mil pessoas que tiveram a data marcada para buscar o benefício ainda não compareceram ao posto.
Protesto
Ainda na manhã de ontem, cerca de 70 alunos do centros educacionais 1 e 2 (CED 1) e (CED 2) do Cruzeiro se reuniram em frente ao Palácio do Buriti para protestar contra a decisão do GDF em suspender os ônibus escolares que fazem o transporte dos estudantes da Estrutural para as escolas daquela região administrativa. Segundo eles, os veículos foram substituídos pelo Passe Livre.
Uma das organizadoras do protesto, a estudante Yasmin Costa, 16 anos, disse que o objetivo da manifestação é mostrar que o grupo não aceitará a medida e cobra por uma resposta do Executivo local. ;Nós formamos uma comissão para ir ao Buriti levar as nossas reivindicações. Esses alunos não podem ser prejudicados em concluir o ano letivo. O transporte escolar é um direito nosso;, cobrou.
Caso o serviço seja suspenso, os estudantes pedem a criação de uma linha direta da Estrutural até os colégios. ;Não tem paradas de ônibus próximo às escolas. As que têm são muito distantes. Não temos segurança nenhuma. Os ônibus da linha normal ficam entupidos de gente, fora os atrasos. Muitos alunos só assistem ao segundo horário;, denunciou.
A Secretaria da Educação informou, por meio da assessoria de Comunicação, que suspendeu o serviço dos ônibus escolares, pois há linhas de transporte coletivo que fazem o mesmo trajeto entre a escola e a residência dos estudantes. ;A ação é para que não haja a duplicidade de benefício. Neste ano, foram retirados 15 ônibus escolares das regiões administrativas Estrutural, Samambaia e Planaltina. Guará e Sobradinho também terão o transporte suspenso, ainda neste ano. A pasta está fazendo levantamento de quantos estudantes estão cadastrados no DFTrans.;
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