Renata Rusky
postado em 11/06/2016 18:51
Uma das festas juninas mais tradicionais da capital começou neste sábado (11/6). A festa da Paróquia Santo Antônio tem tudo de mais característico da festividade: decoração típica com bandeirinha e balões, quadrilhas até 21h, e muitas comidas. Gilberto de Siqueira, 67, cuida da barraca de vatapá com a esposa há cinco anos, desde que começou a frequentar o encontro de casais da Paróquia. Para ele, é uma satisfação participar da organização da festa.
Todo ano, comparecem diversos adultos que já estudaram na Escola Paroquial Santo Antônio e agora tem filhos também matriculados ali. Como ainda não tem filhos, a ex-aluna Daniela Carneiro, 33, engenheira civil, levou a sobrinha e afilhada, Rafael Pupo, preste a completar 2 anos. As duas estavam acompanhadas dos pais de Daniela e do marido dela, Raphael Britto, 37, analista de sistemas, padrinho da pequena.
A avó de Rafaela, Elizabeth Carneiro, 61, médica, relembra as três vezes que trabalhou na festa, na barraca de cachorro-quente. Cada ano por causa de uma das filhas. Até hoje, o costume se mantém: tal barraca é destinada a arrecadar dinheiro para a festa de formatura dos alunos da 8; série.
Do lado de fora
Também é típico da festa junina da Paróquia Santo Antônio a aglomeração de famílias acampadas do lado de fora da igreja. A cada ano, a quantidade de pessoas diminui. Maria Antônia dos Santos, 54, artesã, atribui a diminuição ao fato de que os visitantes da festa estão doando cada vez menos coisas. ;Eu venho desde bem nova. Nem me lembro quando. Ganhávamos muita roupa usada, cesta básica.;, relembra. ;Hoje em dia, quase nada. Acho que por conta da crise;, opina.
Mesmo assim, ela e a família não deixam de comparecer, pois o objetivo principal deles é vender as pulseiras que ela faz e trabalhar vigiando carros. Eles chegaram de Montes Claros na manhã de hoje e já montaram acampamento. Devem dormir por ali hoje e amanhã. Maria Antônia é devota de Santo Antônio, portanto, a data é especial para ela. Conta que é momento de, acima de tudo, ;dobrar o joelho e agradecer;.
Com uma mala enorme para guardar tudo que ela, o marido e as seis crianças vão precisar no acampamento, Francilene Fonseca, 34, auxiliar de cozinha desempregada, veio do Novo Gama. Enquanto o marido vigia carro, ela cuida dos meninos: ;É cansativo porque tem que ficar muito atento, mas vale a pena pelo trabalho e por ganharmos uma coisa ou outra;.
Inicialmente pode se sentir pena das crianças expostas no acampamento, mas elas se divertem. Um dos filhos de Francilene, Daniel, 15 anos, aproveitou para ir ao Parque da Cidade e brincar no chuveirão com os irmãos mais novos. "Perto da minha casa não tem nada para fazer", reclama.