Renato Alves
postado em 12/06/2016 08:10
Policiais de Caldas Novas (GO) investigam, há uma semana, a denúncia de abuso supostamente cometido por um padre contra um garoto de 15 anos na sauna de um clube da cidade goiana. O menino mora em Brasília e tem deficiência mental. O caso entra para o rol de uma violência cada vez mais evidente no Brasil. Só no DF e no Entorno, ao menos nove pastores e padres são acusados de praticar crimes sexuais nos últimos cinco anos. A Justiça condenou ou indiciou os religiosos por violentar 21 vítimas. Quase todas crianças e adolescentes frequentadoras dos templos dos réus. Mas só três agressores cumpriram ou cumprem pena. Parte tem o apoio de fiéis e líderes.O Correio fez o levantamento a partir de inquéritos abertos em delegacias e em varas criminais. A equipe do jornal leu os depoimentos de vítimas, acusados e testemunhas. Ainda teve acesso a provas contra os religiosos. Constatou a culpa da maioria, a dúvida dos seguidores e a perseguição a algumas vítimas. Porém, não encontrou números oficiais. As polícias, o Ministério Público e o Poder Judiciário de Brasília e de Goiás não fazem estatísticas conforme a ocupação do acusado. Também inexistem estudos sobre o tema nas universidades das duas unidades da Federação.
No entanto, as estatísticas mostram que crianças e adolescentes são a maioria das vítimas de estupros na capital. Entre janeiro e maio deste ano, a Secretaria de Segurança Pública registrou 187 casos de vítimas com até 17 anos, o que representa 65% de todos os crimes dessa modalidade no DF. O assunto é polêmico, tem recebido cada vez mais atenção das próprias igrejas e foi retratado no filme Spotlight, que recebeu o Oscar no ano passado.
A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique