postado em 13/06/2016 06:10
O mecânico Eduardo Oliveira, 34 anos, trabalha em uma oficina na QNN 13, em Ceilândia, há mais de cinco anos. Ele testemunhou os últimos anos da estrutura que ficou conhecida com Castelo de Grayskull. ;Era um entra e sai diário de drogados e traficantes. Tinha criança, adulto, mulher. Tinha de tudo. Até morte já teve;, relata. Depois de cobrarem providências por mais de 20 anos, os moradores da região viram a administração da cidade demolir a construção inacabada em maio de 2012. ;Era muito perigoso. Ainda mais que tinha muita gente que passava por aqui para pegar ônibus, ir para o trabalho. Todo mundo morria de medo;, lembra Eduardo.
As ruínas faziam parte da construção do Centro Cultural e Desportivo de Ceilândia. A primeira etapa das obras começou em 1987, mas foi paralisada devido a uma disputa judicial e irregularidades apontadas na licitação. O projeto previa a construção de seis edificações: pavilhão de cursos; biblioteca; cineteatro; prédio com bar, restaurante, teatro de arena, administração e arquivo da cidade; espaço para dança; e ginásio de esportes. No entanto, apenas a biblioteca e parte do ginásio saíram do papel. O que deveria ser o complexo esportivo foi abandonado e se tornou uma das maiores cracolândias do DF (leia Memória).
Luciene dos Santos Velez fez parte do Fórum de Cultura de Ceilândia e do Conselho de Cultura de Ceilândia e acompanhou de perto a história do Castelo de Grayskull. Segundo ela, em 2004, houve uma tentativa de retomar a construção do Ginásio de Esportes, em uma parceria com a Caixa Econômica Federal, mas as obras foram abandonadas pela construtora, que alegou indisponibilidade de recursos, e o lugar acabou novamente tomado pelo crack. ;Eu vejo que essa situação, infelizmente, aconteceu devido à pouca percepção dos gestores públicos e políticos que controlam o orçamento, em relação à importância da cultura e do lazer para a população;, critica.
Quando a estrutura foi demolida, há quatro anos, a proposta é de que seja construída no local uma Praça da Juventude. Em março, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg (PSB), assinou a ordem de serviço para o início dos trabalhos. De acordo com a Secretaria de Infraestrutura e Serviços Públicos, o espaço ocupará uma área de 8.111,53 metros quadrados e contará com pistas de caminhada, salto triplo e salto em distância, quadra de vôlei de praia, área de exercícios e alongamento, pista de skate, campo de futebol society, quadra poliesportiva coberta, vestiários, teatro de arena com palco, quiosque de alimentação, arquibancadas, bebedouros, grama natural e sintética, sanitários com acesso para deficientes, além de centro de convivência com salas para ginástica, atividades da terceira idade, administração e reuniões. A previsão da conclusão das obras, orçada em R$ 2,7 milhões, é outubro.
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