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Caxumba e coqueluche avançam no Distrito Federal

As duas doenças, extremamente contagiosas, deixam em sentinela o DF. Notificação das infecções passa a ser obrigatória e especialistas alertam para a necessidade de manter o cartão de vacinas em dia. Há risco de epidemia

Otávio Augusto
postado em 15/06/2016 06:05

As duas doenças, extremamente contagiosas, deixam em sentinela o DF. Notificação das infecções passa a ser obrigatória e especialistas alertam para a necessidade de manter o cartão de vacinas em dia. Há risco de epidemia A Secretaria de Saúde emitiu nota técnica às unidades e aos profissionais de saúde das redes pública e privada para que permaneçam em estado de sentinela para a notificação obrigatória dos casos de caxumba. A pasta teme uma epidemia da doença na capital federal com a chegada do inverno, período em que a circulação do vírus aumenta. Outra infecção altamente contagiosa, a coqueluche, acometeu pelo menos duas pessoas em uma escola da Asa Sul. A Vigilância Epidemiológica garante que vai investigar os casos, apesar de ainda não ter sido notificada. Até então, foram 44 suspeitas e seis confirmações do mal em 2016, sendo que o último ocorreu em março.

O documento do Executivo local ressalta orientações sobre notificação e registro da incidência da caxumba na cidade. Há, ainda, medidas que devem ser adotadas em caso de epidemia ; como o bloqueio vacinal. Além disso, a Secretaria de Saúde pede, como ação de combate, a não permanência em aglomerados. As regras valem para todos os estabelecimentos médicos. ;Os pacientes que sentirem os sintomas devem procurar imediatamente um atendimento médico. Todo pediatra e clínico está apto para realizar o diagnóstico;, destaca nota da pasta.

No DF, não haverá uma unidade de referência para o tratamento da caxumba. Até o momento, 525 pessoas adoeceram com a infecção altamente contagiosa este ano. Há 11 surtos simultâneos na cidade. A incidência porém, deve ser maior, já que a notificação não era obrigatória. A Vigilância Epidemiológica deve divulgar novas estatísticas da doença na sexta-feira. Os primeiros casos de caxumba apareceram no Bloco D da Penitenciária II do Complexo da Papuda. O GDF chegou a suspender as visitas no local ; 142 detentos tiveram a infecção.

A literatura médica explica que a doença geralmente é benigna, mas pode haver complicações, como meningite viral ; forma mais branda da infecção, que atinge as membranas que envolvem o encéfalo. Outras são a orquite, inflamação dos testículos, e a ooforite, inflamação dos ovários. A caxumba também pode levar à surdez, embora os casos sejam muito raros. Na gestação, pode causar aborto espontâneo. De julho a dezembro do ano passado, período que o governo passou a monitorar a caxumba, houve 130 situações.

Tosse intensa

Subiu para 10 os casos de caxumba registrados no Colégio Marista, na 609 Sul, desde 31 de maio. Ontem, a escola alertou famílias e responsáveis pelos alunos para duas contaminações de coqueluche. A instituição pediu que os pais mantenham o cartão de vacina atualizado e sinalizem qualquer sintoma dos males. ;Intensificamos os cuidados quanto a medidas preventivas, tais como: higienização dos espaços e dos brinquedos; retirada dos bicos individuais dos bebedouros; reposição de álcool em gel em locais estratégicos; e reforço da higienização das crianças;, ressalta comunicado enviado aos pais.

A coqueluche é, geralmente, marcada por uma tosse severa e seca. Mortes associadas à coqueluche são raras, mas podem acontecer, principalmente em bebês e crianças. A bactéria Bordetella pertussis, que afeta o topo da garganta (faringe), dá origem ao mal. A contaminação ocorre quando uma pessoa infectada com coqueluche espirra ou ri e pequenas partículas de saliva ou muco contendo a bactéria são lançadas no ar. A portaria N; 104/2011 do Ministério da Saúde recomenda a notificação compulsória, ou seja, obrigatória da doença. Em todo o ano passado, houve 117 casos de coqueluche no DF, segundo a Secretaria de Saúde.

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